É absolutamente necessário
reconhecer que os fatos não são continuados pelo Novo Testamento de onde o
Velho Testamento o havia deixado. Quando viramos as páginas de Malaquias 4 á
Mateus 1, devemos entender que cerca de 400 anos interpuseram-se, e que neste
período grandes coisas aconteceram. Uma leitura atenta levar-nos-á a fazer
muitas perguntas que, na sua maioria, podem ser respondidas pelo período intertestamentário.
Lemos de César Augusto. Quem era ele? E de Herodes. Quem era ele? Na Palestina
havia cidades trazendo nomes gregos. De onde vieram estes nomes? A linguagem
dos habitantes da terra santa não era mais o hebraico. De onde veio a nova
língua? No tempo do nosso Senhor o conselho oficial dos judeus era o sinédrio.
Havia seitas e facções nos dias de Jesus que não existiam no V.T. como:
fariseus, saduceus, escribas, essênios, herodianos. Quem eram estes? Quando foi
que surgiram?
João e Tiago falaram a
respeito da dispersão. A que se referiam? Em todas as cidades judaicas havia
sinagogas. De onde e por que esta instituição apareceu? O templo da época de
Jesus não era mais aquele que existia no V. T. Então, este novo templo quem
construiu? Nosso Senhor estava familiarizado e fazia citações das Escrituras
Hebraicas. Quem reuniu estas antigas escrituras e quando? Estas respostas
encontraremos se pesquisarmos atentamente o fundo histórico e religioso do N.
T., bem como a transição intertestamentária. No fim do Antigo Testamento o
império persa estava no poder e permaneceu assim até o ano 333 a.C. Então,
pelas grandes conquistas de Alexandre o grande, o império grego surgiu e
começou o seu domínio a partir do ano de 323 a.C., seu império, depois da sua
morte foi dividido entre quatro dos seus generais.
Dois destes foram Ptolomeu
e Seleucos. Cada um deles iniciou uma dinastia, o primeiro no Egito e o ultimo
na Síria. Ambos contenderam pelo domínio da Palestina até o ano de 167 a.C., às
vezes um, às vezes o outro se tornava vitorioso. Então veio a luta sob os
Macabeus para a independência nacional dos judeus no ano de 167 até 141 A.C.
Neste período surgiu um governo na Palestina comandado por uma família de
sacerdotes judeus descendentes da família Macabeus, também conhecidos como
hasmoneus,” os quais permaneceram no poder por 78 anos (141– 63 a.C.).
No ano de 63 a.C., o
general Pompeu, o grande, invadiu a Palestina. A partir daí começava uma nova e
muito importante fase da historia, principalmente para os estudiosos dos Evangelhos,
já que para uma melhor compreensão de muitos aspectos do N. T., não podemos
prescindir deste capitulo. Os Herodes eram de descendência dos idumeus e quando
no ano de 31 a.C., César Augusto venceu Marco Antônio na batalha de Actium, o
primeiro dos Herodes o procurou e recebeu de Augusto o poder para governar a
Judéia, Samaria, Galiléia, Peréia e Iduméia. Ele estava no poder quando Jesus
nasceu. Assim vemos neste período intertestamentário o poder mundial passar das
mãos dos Medo-Persas para as mãos dos gregos de Alexandre, o grande, e dele
para os romanos; de modo que a história do N.T. se desenrola sob a égide do
governo romano.
OS HERODES DO NOVO TESTAMENTO
Apresento aqui, a
descrição dos Herodes dos tempos neotestamentários com alguma abundancia de
pormenores. HERODES, O GRANDE, Governante dos judeus de 04 a.C. á 40 d.C., nasceu
provavelmente no ano 73 a.C. Era idumeu ou edomita, isto é, descendente de
Edom, um povo conquistado e levado ao judaísmo por João Hircano, cerca de 130 a.C.,
assim sendo, os Herodes, embora não fossem judeus de nascimento, supostamente
eram judeus de religião. A religião era usada, portanto, como veiculo para
fomento do governo secular, isto é, atendendo aos interesses da família dos
Herodes. Herodes, o grande foi nomeado procurador da Judéia no ano 47 a.C. A
Galiléia, um pouco mais tarde, também ficou debaixo do seu controle. Após o
assassinato de César, Herodes desfrutou das graças de Marco Antônio. O titulo
de Herodes, rei dos judeus, foi lhe dado por ele.
Herodes opunha-se
politicamente aos descendentes dos Macabeus, os quais, tendo por nome de
família Hasmon, eram chamados de hasmoneanos. Estes controlavam Israel antes da
dominação romana e se ressentiam do governo de Herodes. Todavia, Herodes, o
grande, casou-se com uma mulher pertencente a esta família: Marianne, neta do
antigo sumo-sacerdote Hircano II, embora essa medida não tenha posto fim as
suspeitas dos principais hasmoneanos sobreviventes. Por isso mesmo, Herodes foi
assassinando um por um, até que se livrou de todos deles, incluindo a própria
Marianne e até mesmo os filhos que teve com ela.
SUA CRUELDADE: Foi esse
Herodes que perpetrou a matança das crianças com menos de dois anos em Belém da
Judéia (fato este ainda não comprovado por outras fontes históricas da época).
Antes da sua morte mandou assassinar o seu filho Antipater. Também providenciou
que os nobres do seu governo fossem assassinados após a sua morte para que não
houvesse falta de lamentação e tristeza por ocasião da sua morte. Morreu de uma
doença no estômago.
SUAS OBRAS SOCIAIS: Por
toda parte se tornou famoso por suas notáveis atividades como edificador até
mesmo em cidades estrangeiras como Atenas. Em seu território edificou um porto
artificial e o chamou de Cesaréia em homenagem a César. Mas a sua principal
obra foi a reedificação do templo de Jerusalém que ficou ainda mais exuberante
que o de Salomão, isto ele fez para apaziguar os judeus, os quais nunca lhe
perderam por consumido com a família dos hasmoneanos. A edificação deste templo
terminou no ano 64 d.C., mas foi destruído no ano 70 por ocasião da revolta dos
judeus, quando Jerusalém foi invadida e destruída pelos romanos.
ARQUELAU: Chamado de Herodes, o etnarca em suas moedas. Herodes, o
grande, doou o seu reino a três de seus filhos. Judéia e Samaria ficaram com
Arquelau (Mt
2:22). Galiléia e Peréia ficaram com Antipas. Territórios do nordeste couberam
e Filipe (Lc 3:1). Arquelau era o filho mais velho de Herodes, o grande, com
sua esposa samaritana Maltace.
HERODES,
O TETRARCA: também chamado de Antipas (Lc 3:19 e 9:7). Era o filho mais novo de
Herodes, o grande e de Maltace. Os distritos da Galiléia e da Peréia. É
lembrado nos Evangelhos por haver preso, encarcerado e executado a João
Batista, bem como por causa do seu breve encontro com Jesus por ocasião do seu
julgamento (Lc 23:7).
HERODES AGRIPA: Chamado de
rei Herodes em Atos 21:1. Era filho de Aristóbulo e neto de Herodes, o grande.
Era sobrinho de Herodes, o tetrarca, e irmãos de Herodias. Por ofendido o
imperador Tibério foi encarcerado, porem, quando este morreu voltou a
liberdade. Mais tarde recebeu os territórios do nordeste da Palestina como a
Galiléia e a Peréia. O imperador Cláudio aumentou os seus territórios anexando
a Judéia e Samaria aos seus domínios que chegou a ter a mesma proporção do seu
Avô. Mandou assassinar a Tiago, irmão de João, o discípulo amado. Sua morte
súbita e horrível foi registrada por Lucas em Atos 12:23, sendo ali atribuída
ao julgamento divino. Seu filhos eram Agripa, Berenice (At 25:13) e Drusila (At
24:24).
HERODES AGRIPA II: Era
jovem demais para assumir a liderança do seu pai. Mais tarde, recebeu o titulo
de rei da parte dom imperador Cláudio e passou a governar o norte e o nordeste
da Palestina. Nero aumentou os seus domínios de 48 á 66 d.C., ele recebeu
autoridade para nomear os sumos-sacerdotes dos judeus e dos romanos, mas
fracassou na tentativa. Nas paginas do N. T., seu nome é mencionado devido ao
seu encontro com o apóstolo Paulo registrado em Atos 25:13; 26:32. No trecho de
Atos 26:28, lemos: “Por pouco me persuades a ser cristão ”. Em algumas
traduções: “Com bem pouca persuasão pensas em fazer–me cristão?” Em outras:
“Estas apressado a persuadir-me a ser cristão?” Ele nunca esteve próximo disso.
Morreu sem filhos cerca de 100 d.C.
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