segunda-feira, 26 de junho de 2017

LIÇÃO 3 - RESUMO DOS LIVROS DA BÍBLIA (incluindo os da Bíblia Católica)


O Pentateuco - é o nome dado aos cinco primeiros livros da Bíblia (Gen, Ex, Lev, Num, Dt) e constituem a Lei de Moisés ou Torá. 

O livro do Gênesis - narra as origens do homem e do mundo criados por Deus, e apresenta-nos a maravilhosa história dos Patriarcas: Abraão, Isac e Jacó. A mensagem deste livro é importantíssima. Entre outras coisas traz a revelação de Deus sobre os seguinte pontos: 

  1. Deus é o Criador do mundo e do homem.
  2. Deus é distinto do universo; quer dizer, não existe o Panteísmo que defende que Deus e o mundo são a mesma coisa; e o mundo seria apenas uma "emanação de Deus".
  3. O mundo é bom.
  4. O mundo criado manifesta a glória e a paz de Deus.
  5. O homem foi criado da terra, mas foi animado de um espírito de vida (alma) imortal, criado e dado por Deus.
  6. O homem foi criado para viver na amizade de Deus.
  7. O homem foi criado livre.
  8. A harmonia primitiva foi destruída pelo pecado da desobediência a Deus. O homem tem a vã esperança de ser Deus (pecado original).
  9. O homem foi excluído do Paraíso.
  10. Deus faz a Promessa de Redenção da humanidade através da semente da  Mulher.
  11. O homem foi dominado pelo pecado e o mal se generaliza: Caim, Torre de Babel, Sodoma e Gomorra, etc..
  12. Deus faz uma primeira aliança com o homem através de Noé.
  13. Deus continua a aliança com Abraão, Isac e Jacó.
O livro do Êxodo - narra a ida do povo de Israel para o Egito e a escravidão ali sofrida. Deus chama Moisés e através dele tira o povo do Egito milagrosamente; em seguida estabelece uma Aliança com Moisés e dá ao Povo os seus Mandamentos, leis, preceitos, ritos e cultos. 

O livro do Levítico - narra as Leis dos rituais, as leis sociais, as prescrições, as bênçãos e maldições, os sacrifícios oferecidos a Deus (holocaustos, oblações, sacrifícios pacíficos, sacrifícios de expiação). Era o livro dos levitas ou sacerdotes do povo. São as leis relativas ao culto e à santidade do povo. 

O livro dos Números - fala do recenseamento do povo feito por Moisés no deserto e apresenta as listas de nomes e números. Contém ainda outras leis misturadas com a narrativa da caminhada até as margens do rio Jordão. 

O livro do Deuteronômio, que quer dizer "segunda lei", consta de cinco sermões de Moisés que recapitulam a Lei e narra o fim da vida de Moisés. 

Os livros Históricos - Há 16 Livros históricos na Bíblia (Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, I e II Macabeus) que narram a história do povo hebreu desde a entrada na Terra Prometida até os tempos dos Macabeus, já próximo de Jesus cerca de 150 anos. 

O livro de Josué - Narra a árdua missão de Josué, indicado por Deus a Moisés para ser o seu sucessor e introduzir o povo na Terra prometida, fazendo o povo viver as leis que Deus deu a Moisés, distribuindo a terra entre as tribos de Israel e lutando contra os cananeus. Mostra a fidelidade de Deus às suas promessas feitas ao povo. É uma continuação lógica do Pentateuco. 

O livro dos Juízes - narra as suas histórias desde a morte de Josué até Samuel. Josué ao morrer não deixou sucessor. As doze tribos de Israel já estavam estabelecidas na terra prometida, mas não tinham um governo central, mas eram unidas pela religião monoteísta (um só Deus), diferente dos outros povos de Canaã que tinham muitos deuses (Baal, Aserá, Astarte). Israel convivia com esses povos pagãos e muitas vezes caiu na idolatria. Neste contexto Deus suscitou os Juízes em Israel. Eram heróis, muitas vezes dotados de força física ou carismas especiais para libertarem uma ou mais tribos de Israel dominadas pelos extrangeiros. Não tinham sucessores nem dinastia, não promulgavam leis e nem impunham impostos. São o testemunho vivo de que Javé jamais abandonou o seu povo. Entre os grandes juízes encontramos Eli e Samuel, que foram os únicos que tiveram autoridade sobre todo o Israel, embora não tinham sido chefes de exércitos como os outros. Ao todo foram doze juízes. Os maiores foram Otoniel (da tribo de Judá), Aod (Benjamim), Barac (Neftali), Gedeão (Manassés), Jefté (Gad), Sansão (Dã). Os menores são Samgar (Simeão), Tolá (Issacar), Jair (Galaad), Abesã (Aser), Elon (Zabulon) e Abdon (Efraim). Os 21 capítulo de Juízes cobre um período de quase 200 anos que vai de 1250 a 1050, da morte de Josué até o primeiro rei de Israel, Saul. 

O livro de Rute - é posterior ao exílio na Babilônia (587 - 537 a.C). Conta a bela história de Rute, a moabita que desposou Booz, israelita, e dos quais nasceu Obed, o pai de Jessé, que foi o pai do rei Davi. A finalidade do livro é transmitir uma história edificante sobre as origens da família de Davi, que teve, então, entre os seus antepassados uma moabita, isto é, um membro que não era do povo judeu, e até seu inimigo. Isto já ensina a universalidade da salvação preparada por Deus para todos os homens (cf. Rt 2,12). O mesmo se dá com o livro de Jonas. Mateus, na genealogia de Jesus, faz questão de citar Rute, para significar que Ele não é filho apenas de israelitas, e Salvador não só dos judeus, mas de todos os homens. 

Os livros de Samuel - foram escritos após o ano 622 a.C., e narra as histórias de Samuel, o último dos Juízes, do rei Saul e do rei Davi. Continuam as narrações contidas nos livros dos Juízes e cobrem um período da história de Israel de 1050 a 970 a.C., Samuel, o último dos juízes foi incumbido por Deus para sagrar o primeiro rei de Israel, Saul. 

Os livros dos Reis - narram a história dos reis de Israel, Saul, Davi, Salomão, etc., e vai até o exílio do ano 587 a.C., quando aconteceu o exílio para a Babilônia. Narra a construção do Templo por Salomão, a separação das 12 tribos de Israel em dois reinos rivais (Samaria e Judá), e conta, entre outras coisas, a queda de ambos os reinos, a destruição de Jerusalém, , a história de Elias, Eliseu, a Reforma de Josias e a destruição de Jerusalém pelos babilônios. O livro cobre cerca de 400 anos de história de Israel (970-570 a. C.). Começa com os últimos dias de Davi e vai até a libertação de Jeconias, rei de Judá, detido na Babilônia (561 a.C.). O livro conta a história dos dois reinos de Israel separados e rivais. Apresenta os doze reis de Judá, todos da descendência de Davi; e os dezenove reis da Samaria, pertencentes a nove dinastias diferentes, perdendo, então, a descendência de Davi. 

Os dois livros das Crônicas I e II(ou Paralipômenos = as coisas omitidas) - formam com os livros de Esdras e Neemias um bloco homogêneo chamado de "obra do Cronista". Narram as histórias de Israel, repetindo ou completando o que já foi narrado em Samuel e Reis. Na verdade, reapresenta a história narrada em Samuel e Reis, mas com uma perspectiva ainda mais religiosa. Trazem uma tabela genealógica desde Adão até Davi; a história do rei Davi, de Salomão e dos reis de Judá, e procura dar um significado teológico aos acontecimentos narrados. 

O livro de Esdras (sacerdote) e Neemias (governador) - são do mesmo autor das Crônicas e contam as histórias desses personagens importantes que restabeleceram a restauração religiosa e moral de Israel após o exílio da Babilônia. Cobre uma época que vai de 538 a 430 a.C. Narram a construção e a dedicação do Templo, a reconstrução das muralhas e da cidade de Jerusalém. É o tempo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. Foi o renascimento do judaísmo após o exílio, a partir de Judá que volta do exílio; e daí nascerá o Messias. Por isso Esdras é chamado o " pai do Judaísmo". 

Os livros de Tobias, Judite e Ester - são livros escritos no gênero literário chamado de midraxe, que é a narração de um fato histórico com ênfase religiosa, isto é, na ação de Deus que age em defesa dos fiéis, realçando os aspectos edificantes e moralizantes dos fatos narrados, com o intuito de formar os leitores. São histórias edificantes que não se pode saber bem quando ocorreram, e que não se referem a todo o Israel, mas apenas a uma pessoa, família (Tobias) ou cidade (Judite). São belos livros, de leitura muito edificante, que mostram a ação de Deus, na vida de uma pessoa, de uma família ou de uma cidade que nele confia. É importante notar a figura de duas mulheres, usadas por Deus para a sua obra de salvar o seu povo. Ester é figura de Nossa Senhora. 

Os livros dos Macabeus - contam a história do povo Judeu no tempo da opressão dos sírios, especialmente pelo rei Antíoco IV Epífanes (175-163), que queria obrigar o povo a praticar as leis pagãs e rejeitar a lei de Deus. Levantou-se Matatias, sacerdote, como chefe de guerrilha e guerra contra os sírios, com os seus filhos João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. A revolta dos Macabeus surgiu por esta causa e vai aproximadamente de 175 a 163 a.C., já no limiar da chegada de Jesus. 

Do tempo de Esdras (400) até os Macabeus (175), temos um período de cerca de 225 anos dos quais a Bíblia nada fala. Parece terem sido tempos de paz, embora Israel ainda vivesse sob o jugo de Alexandre Magno, e depois os sírios. 

Os livros sapienciais - Há 7 livros na Bíblia que são chamados de Sapienciais, isto é, que falam da sabedoria de Deus. Vamos examiná-los. 

O livro de - foi escrito no século V antes de Cristo, e medita sobre a questão do sofrimento humano. Por que sofrem os bons? A sua mensagem principal é que o homem deve humilhar-se no sofrimento e confiar em Deus que sabe tirar o bem até mesmo do mal. Mostra a vitória, pela fé, de um homem que mesmo coberto de lepra da cabeça aos pés, sabe ainda confiar em Deus, sem perder a fé e sem blasfemar. A grande mensagem do livro é que não podemos conhecer todas as causas do sofrimento, mas devemos fazer um ato de confiança absoluta em Deus. E não ficaremos frustrados. 

O livros dos Salmos - contém 150 salmos de Davi, Salomão e outros. Eram orações "cantadas com o acompanhamento de instrumentos de corda". Era por excelência o livro de oração dos judeus e também da nossa Igreja. Canta os louvores de Deus, as lamentações do povo, os cânticos religiosos, os poemas e as súplicas. Exprimem as mais diversas situações de ânimo; adoração, louvor, perseguição, saudades do santuário, desejo de Deus, confissão dos pecados, esperança em Deus que salva, oráculos messiânicos, cânticos de Sion, etc... 

O livro dos Provérbios - trazem a riquíssima sabedoria que o povo judeu armazenou durante a vida muito sofrida, especialmente no exílio. É o mais representativo da literatura sapiencial bíblica, que datam do século X a.C., às quais foram acrescentadas normas que são do séc. IV / III a.C. Aos poucos a sabedoria foi tomando aspecto religioso, com as suas raízes no "temor do Senhor", e procura agradar a Deus. É vista como um dom de Deus. Os sábios atribuíam a ao próprio Deus a sabedoria. O termo provérbio vem do hebraico "Meschalim", que quer dizer "Máximas". O livro consta de nove coleções de máximas, as mais antigas atribuídas a Salomão.

O livro do Eclesiastes - é parecido com o livro de Jó; uma vez que ambos tratam da questão do sofrimento. O termo eclesiastes quer dizer "orador" ou "pregador", aquele que fala na assembléia. Enquanto Jó parte a realidade do mal, Eclesiastes parte da vaidade e da deficiência de todos os bens. Quem lê o livro pode à primeira vista ficar confuso, quando recomenda o gozo dos bens materiais; no entanto são apenas reflexões que o autor faz consigo mesmo, contraditórias, antes de chegar às conclusões. Por fim termina dizendo: "teme a Deus e guarda os seus mandamentos". O autor do livro não é Salomão, mas um judeu da Palestina que viveu no séc. III a.C. 

O livro do Cântico dos Cânticos - quer dizer "o mais belo dos cânticos". O tema do livro é o amor de um homem chamado Salomão e rei por uma jovem chamada de "a sulamita", guarda de vinhas e pastora. A interpretação é a seguinte: sob a imagem do esposo é figurado o próprio Deus e, sob a imagem da esposa, a filha de Sion, o povo de Israel, que Deus escolheu entre todas a nações. Na perspectiva cristã é a figuração de Cristo (Esposo) e a Igreja (Esposa). Os místicos viram também na figura da esposa a Virgem Maria e, também, qualquer alma fiel a Deus. As fortes cenas de amor são uma maneira oriental de se expressas e não devem nos impressionar ou levar-nos a conclusões erradas; são fortes para mostrar o quanto Deus ama a humanidade. 

O livro da Sabedoria - foi escrito por um judeu de Alexandria no norte do Egito, com o objetivo de fortalecer a fé dos judeus que viviam nesta região, de modo a não aderirem à religião dos povos desta região. Muitos judeus viviam nesta rica cidade fundada por Alexandre Magno († 324 a.C). O autor exalta a Sabedoria judaica, cuja origem é Deus; e quer mostrar que ela nada é inferior à grega, que domina Alexandria. 

O livro do Eclesiástico (ou Sirácidas) - A tradução grega é "Sabedoria de Jesus filho de Sirac". Os cristãos de língua latina o chamavam de "Ecclesiasticus", já que era usado para ensinar os bons costumes aos catecúmenos que se preparavam para o Batismo. Era o livro da "Ecclesia" (Igreja). É um pouco parecido com o livro dos Provérbios, mas revela uma fase mais avançada do pensamento dos judeus. O livro deve ter sido escrito aproximadamente no ano 190 a.C., em Jerusalém, em hebraico, e depois foi traduzido para o grego em 132 a.C. 
Os livros proféticos - são 18. A partir de Samuel (séc. a.C.) até Malaquias (séc. a.C) a série dos profetas foi ininterrupta e eles exerceram papel muito importante no reino de Israel: eram conselheiros dos reis, censuravam as injustiças, condenavam toda idolatria, etc.

Os profetas Isaías, Jeremias, Oséias, e Amós, atuaram antes do exílio (587-538 a.C.) e mostravam aos reis e ao povo as suas faltas, pelas quais Deus os abandonaria nas mãos dos estrangeiros. 

Os profetas Ezequiel e o "segundo" Isaías (Is 40-55) agiram durante o exílio procurando erguer o ânimo do povo. 

Os profetas Ageu, Zacarias e Malaquias atuaram depois do exílio incentivando o povo a reconstruir o Templo e os muros de Jerusalém, além de empreender a reforma religiosa, moral e social da comunidade judaica e predizendo a glória do futuro Messias. 

Os profetas Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Abdias, Jonas, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, em número de 12, são chamados de profetas menores, não porque não foram importantes, mas porque nos deixaram escritos pequenos, que já no século II antes de Cristo eram colecionados em um só volume (rolo). Não é possível se saber com exatidão a época em que cada um deles atuou, mas sabemos que agiram do século VIII ao século III a.C. e fornecem dados importante da história de Israel e dos povos vizinhos. 

O livro de Isaías - o profeta viveu de 740 a 690 a.C. Mas não foi o único autor de todo o livro. Este está dividido em três partes: Isaias I (capítulos 1-39) é do tempo do profeta; Isaias II (40-55) é da época do exílio da Babilônia (587-638 a.C.) e Isaias III (56-66) foi escrito após o exílio na época da restauração do povo na sua terra. O profeta Isaías era filho de nobre família de Jerusalém, poeta , foi conselheiro dos reis Jaotã, Acaz e Ezequias numa época de infidelidade moral e religiosa por parte do povo de Israel. O livro de Isaías, por isso, é dito da "escola de Isaías"; isto é, seus discípulos devem ter continuado a obra do mestre através dos séculos. 

O livro de Jeremias - O profeta viveu de 650 a 567 a.C., nasceu perto de Jerusalém. O reino de Judá estava cada vez mais ameaçado pelos adversários, e o profeta anunciou a ruína da Cidade Santa e do Templo, por isso foi condenado à morte pelos sacerdotes e falsos profetas, mas escapou da morte. O livro contém os quarenta anos de pregação do profeta. 

O livro das Lamentações - é uma coleção de cinco cânticos que choram a queda da Cidade Santa de Jerusalém ocorrida e 587 a.C. Os quatro primeiros são acrósticos. Reconhece a culpa do povo por causa dos seus pecados e o convoca à penitência e à oração. 

O livro de Baruc - Baruc foi conselheiro e secretário (amanuense ) de Jeremias. Acompanhou-o ao Egito após a queda de Jerusalém em 587 a.C.; o autor trato do povo no exílio da Babilônia e exorta-o para que não caia na idolatria dos babilônios, viva a lei de Moisés e não desanime. 

O livro de Ezequiel - O profeta Ezequiel (= Deus dá força), era sacerdote, casado, e perdeu a esposa um pouco antes da queda de Jerusalém em 587 a.C. Exerceu o seu ministério até 571 a.C, e, segundo uma tradição judaica morreu apedrejado pelos judeus. Acompanhou o povo de Judá na fase mais crítica da sua história, quando Jerusalém caiu sob Nabucodonosor. O livro de Ezequiel tem quatro partes: 1- (cap. 4-24), onde censura os judeus antes da queda de Jerusalém por causa dos seus pecados; 2- (cap. 25-32), que contém oráculos contra os povos estrangeiros que oprimiram os hebreus; 3 - (cap. 33-39), consola o povo durante e após o cerco de Jerusalém, prometendo-lhe tempos melhores; 4 - (40-48), descreve a nova cidade e o novo Templo após a volta do exílio. 

O livro de Daniel - O profeta Daniel (=Deus é meu juíz), é o principal personagem do Livro. Os capítulos de 1 a 6 formam um núcleo histórico e contam a história do profeta. Daniel foi um hebreu deportado para a Babilônia em 606 a.C. fiel à lei de Deus, que o enriqueceu com dons diversos, tendo-se tornado importante na corte de Babilônia. Os capítulos 7 a 12 tem uma forma apocalíptica, que tem o seguinte sentido: na época em que os judeus estavam oprimidos por Antíoco Epifanes (167-164 a.C.) um hebreu piedoso escreveu a história dos último séculos de Israel, com a finalidade de animar os irmãos e apresentou a sua época como próxima da libertação messiânica. Faz referência ao Filho do Homem (7,13) e ao seu reino definitivo sobre as nações. Mais do que um livro profético, é um Midraxe e um Apocalipse, escrito no século II a.C., não pelo profeta, mas por alguém que contou a sua história. 

Os profetas menores
 
Amós - era natural de Técua (Judá). Pastor de gado e cultivador de sicômoros. Exerceu o chamado profético no reino da Samaria, sob o rei Jeroboão (783-743 a.C.). Pregou contra o luxo, a depravação dos costumes, o culto idolátrico, previu a queda do reino da Samaria em 721 a.C. nas mãos dos Assírios. Foi um ministério curto mas forte. 

Oséias - pregou também no reino do norte, da Samaria, sob Jeroboão II (783-743 a.C.). O livro mostra as relações de Javé com o povo judeu simbolizadas pelo casamento do profeta, que se casa com uma mulher leviana (Gomer), que o engana; mas que cai na escravidão; é, então resgatada pelo profeta que a recebe de novo como esposa. O tema principal do livro é o amor de Javé pelo seu povo. 

Miquéias - profetizou sob Joatã, Acaz e Ezequias, reis de Judá (740-690 a.C.). Deve ter conhecido a queda do reino do norte em 721 e a invasão de Judá em 701 por Senaquerib. O profeta Jeremias cita um dos seus oráculos contra Judá (Jr 26, 18). Encontramos neste livro uma notável profecia messiânica (5,1-4). 

Sofonias - Exerceu seu ministério sob o piedoso rei Josias (640-609 a.C.), que fez uma forte reforma religiosa em 622 (2Rs 22,3-23,21). A mensagem principal de Sofonias é o anúncio do Dia do Senhor, também abordado por Amós e Isaías. O Senbor salvará o resto do seu povo, que lhe servirá na justiça, na humildade e na piedade. 

 
Naum - era natural de Elcós. Trata somente da queda de Nínive, capital do império Assírio, que ameaçava os povos vizinhos e Judá. O livro é pouco anterior à queda de Nínive em 612 a.C. 
Habacuc - O livro trata do tema "porque o ímpio prevalece sobre o justo e o oprime?" É da época das ameaças dos Assíris sobre Israel. O Senhor responde indicando a queda final dos ímpios e a vitória dos justos. Mostra que Deus, por caminhos obscuros, prepara a vitória do direito e dos justos. "O justo viverá pela fé" (Hab 2,4; Rm 1, 17; Gal 3, 11; Hb 10,38). 
Ageu - este profeta dá início ao último período dos profetas, após o exílio. O tom e a da Restauração. Ageu acompanha o povo na volta da Babilônia. Essa gente era hostilizada pelos estrangeiros que moravam na Judéia e nos países vizinhos, passava dificuldades. Então o profeta exorta este povo a reconstruir o Templo, e isto como condição para a vinda de Javé e do seu reino. Exerceu seu ministério no ano 520 a.C. 

Zacarias - Exerceu o ministério também por volta do ano 520 a.C., após o retorno do exílio. O livro se refere a oito visões do profeta que tratam da restauração e da salvação de Israel. Seguem-se os oráculos messiânicos. A segunda parte do livro é de difícil entendimento, com fatos históricos difíceis de conhecer e com um apocalipse que descreve as glórias de Jerusalém nos últimos tempos. 

Malaquias - seu nome significa "meu mensageiro". Dois grandes temas são abordados pelo profeta: as faltas dos sacerdotes e dos fiéis na celebração do culto; e o escândalo dos matrimônios mistos e dos divórcios. O Senhor anuncia o dia do Senhor que purificará os sacerdotes e levitas, punirá os maus e concederá o bem aos justos. Fala da promessa da vinda de Elias que precederá o dia do juízo final. O livro de aproximadamente 515 a.C., anterior à proibição dos casamentos mistos devida à reforma de Esdras e Neemias em 445 a.C. 

Abdias - é o menor dos livros proféticos, e de difícil entendimento. Dirigido a Edom, povo vizinho de Judá, sob o rei Jorã (848-841 a.C.). O livro exalta a justiça e o poder de Javé, que age como defensor do direito. 

Joel - o livro foi escrito após o exílio, próximo do ano 400 a.C. É um compêndio da escatologia (últimos tempos) judaica. Descreve o Dia do Senhor, caracterizado pela efusão do Espírito Santo, o juízo sobre as nações e a restauração messiânica do povo eleito. O ataque dos gafanhotos, da primeira parte, indica os acontecimentos que antecederão imediatamente o Dia do Senhor. A segunda parte tem a forma de um apocalípse que descreve a intervenção final de Deus na história, com abalo cósmico. 

Jonas - é diferente de todos os outros livros proféticos. Narra a história de um profeta, Jonas, que recusou a ordem do Senhor para que fosse pregar aos ninivitas. Milagrosamente conduzido pela providência divina chega a Nínive e consegue converter a grande cidade. Deus lhe ensina que a sua misericórdia atinge a todos os povos. É uma narração didática, parabólica, não história, para mostrar aos judeus do século V a.C. muito nacionalistas, que a salvação é universal.


ESSÊNCIA DA MENSAGEM DOS LIVROS
 DO NOVO TESTAMENTO

         
MATEUS – Escrito para convencer os judeus que Jesus é o Messias que eles estavam esperando.

MARCOS – Escrito  para os romanos mostrando  dinamismo da  atividade de Jesus no dia-dia.

LUCAS – Escrito para apresentar Jesus aos não religiosos.
     
JOÃO – Escrito para enfatizar o lado divino de Jesus.

ATOS DOS APÓSTOLOS – Uma descrição dos primeiros dias da igreja primitiva  e como ela se espalhou pelo império romano.

ROMANOS – Uma carta escrita para explicar, sistemática e logicamente, o plano de Deus para salvar seu povo.

I CORINTIOS – Carta  para aconselhar uma igreja com problemas.

II CORINTIOS – Defesa de Paulo do seu ministério em resposta ás acusações de membros da igreja.

GÁLATAS – Uma carta para lembrar que só a graça de Deus pode nos libertar do pecado.

EFÉSIOS – Uma carta descrevendo os laços que unem os cristãos como uma família.

FILIPENSES – Uma carta escrita para explicar que a vida em Cristo é uma vida  de alegria verdadeira.

COLOSSENSES – Uma carta escrita para desafiar os ensinos falsos e chamar os cristãos para a fé em Cristo.

I TESSALONICENSES – Encorajamento para novos cristãos.

II TESSALONICENSES – Mais encorajamento para novos cristãos.

I TIMÓTEO – Uma carta de conselho e encorajamento para aqueles que ocupam cargos  de liderança  na igreja.

II TIMÓTEO – Um desafio para líderes cristãos continuarem com seu trabalho.

TITO – Instruções para uma vida cristã irrepreensível.

FILEMON – Uma carta encorajando cristãos se perdoarem e restaurarem a unidade entre eles.

TIAGO – Uma carta  escrita para encorajar cristãos perseguidos e para corrigir falsas ideias.

I PEDRO – Uma carta de encorajamento, descrevendo a esperança dos cristãos no retorno de Cristo.

II PEDRO – Uma carta avisando os cristãos sobre falsas ideias.

I JOÃO – Uma carta enfatizar a manifestação de Deus, o amor fraternal e sobre a manifestação de falsos cristos.

II JOÃO – Um aviso sobre os falsos doutores.

III JOÃO – Uma carta para manifestar alegria pelos irmãos que andam na verdade e queixa contra Diótrefes.
JUDAS – Um aviso contra falsos mestres.

APOCALIPSE  (REVELAÇÃO) – Descrição do estado das comunidades cristãs da Ásia Menor (Turquia) e uma visão dos bastidores da história do mundo no seu aspecto espiritual com a consequente vitória do Cordeiro de Deus.    
  


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