O Pentateuco - é o nome dado aos cinco
primeiros livros da Bíblia (Gen, Ex, Lev, Num, Dt) e constituem a Lei de Moisés
ou Torá.
O livro do Gênesis
- narra as origens do homem e do mundo criados por Deus, e apresenta-nos a
maravilhosa história dos Patriarcas: Abraão, Isac e Jacó. A mensagem deste
livro é importantíssima. Entre outras coisas traz a revelação de Deus sobre os
seguinte pontos:
- Deus é o Criador do mundo e do homem.
- Deus é distinto do universo; quer dizer, não existe o Panteísmo que defende que Deus e o mundo são a mesma coisa; e o mundo seria apenas uma "emanação de Deus".
- O mundo é bom.
- O mundo criado manifesta a glória e a paz de Deus.
- O homem foi criado da terra, mas foi animado de um espírito de vida (alma) imortal, criado e dado por Deus.
- O homem foi criado para viver na amizade de Deus.
- O homem foi criado livre.
- A harmonia primitiva foi destruída pelo pecado da desobediência a Deus. O homem tem a vã esperança de ser Deus (pecado original).
- O homem foi excluído do Paraíso.
- Deus faz a Promessa de Redenção da humanidade através da semente da Mulher.
- O homem foi dominado pelo pecado e o mal se generaliza: Caim, Torre de Babel, Sodoma e Gomorra, etc..
- Deus faz uma primeira aliança com o homem através de Noé.
- Deus continua a aliança com Abraão, Isac e Jacó.
O livro do Êxodo
- narra a ida do povo de Israel para o Egito e a escravidão ali sofrida. Deus
chama Moisés e através dele tira o povo do Egito milagrosamente; em seguida
estabelece uma Aliança com Moisés e dá ao Povo os seus Mandamentos, leis,
preceitos, ritos e cultos.
O livro do Levítico
- narra as Leis dos rituais, as leis sociais, as prescrições, as bênçãos e
maldições, os sacrifícios oferecidos a Deus (holocaustos, oblações, sacrifícios
pacíficos, sacrifícios de expiação). Era o livro dos levitas ou sacerdotes do
povo. São as leis relativas ao culto e à santidade do povo.
O livro dos Números
- fala do recenseamento do povo feito por Moisés no deserto e apresenta as
listas de nomes e números. Contém ainda outras leis misturadas com a narrativa
da caminhada até as margens do rio Jordão.
O livro do Deuteronômio,
que quer dizer "segunda lei", consta de cinco sermões de Moisés que
recapitulam a Lei e narra o fim da vida de Moisés.
Os livros Históricos - Há 16 Livros históricos na
Bíblia (Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas,
Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, I e II Macabeus) que narram a história
do povo hebreu desde a entrada na Terra Prometida até os tempos dos Macabeus,
já próximo de Jesus cerca de 150 anos.
O livro de Josué
- Narra a árdua missão de Josué, indicado por Deus a Moisés para ser o seu
sucessor e introduzir o povo na Terra prometida, fazendo o povo viver as leis
que Deus deu a Moisés, distribuindo a terra entre as tribos de Israel e lutando
contra os cananeus. Mostra a fidelidade de Deus às suas promessas feitas ao
povo. É uma continuação lógica do Pentateuco.
O livro dos Juízes
- narra as suas histórias desde a morte de Josué até Samuel. Josué ao morrer
não deixou sucessor. As doze tribos de Israel já estavam estabelecidas na terra
prometida, mas não tinham um governo central, mas eram unidas pela religião
monoteísta (um só Deus), diferente dos outros povos de Canaã que tinham muitos
deuses (Baal, Aserá, Astarte). Israel convivia com esses povos pagãos e muitas
vezes caiu na idolatria. Neste contexto Deus suscitou os Juízes em Israel. Eram
heróis, muitas vezes dotados de força física ou carismas especiais para
libertarem uma ou mais tribos de Israel dominadas pelos extrangeiros. Não
tinham sucessores nem dinastia, não promulgavam leis e nem impunham impostos.
São o testemunho vivo de que Javé jamais abandonou o seu povo. Entre os grandes
juízes encontramos Eli e Samuel, que foram os únicos que tiveram autoridade
sobre todo o Israel, embora não tinham sido chefes de exércitos como os outros.
Ao todo foram doze juízes. Os maiores foram Otoniel (da tribo de Judá), Aod
(Benjamim), Barac (Neftali), Gedeão (Manassés), Jefté (Gad), Sansão (Dã). Os
menores são Samgar (Simeão), Tolá (Issacar), Jair (Galaad), Abesã (Aser), Elon
(Zabulon) e Abdon (Efraim). Os 21 capítulo de Juízes cobre um período de quase
200 anos que vai de 1250 a 1050, da morte de Josué até o primeiro rei de
Israel, Saul.
O livro de Rute
- é posterior ao exílio na Babilônia (587 - 537 a.C). Conta a bela história de
Rute, a moabita que desposou Booz, israelita, e dos quais nasceu Obed, o pai de
Jessé, que foi o pai do rei Davi. A finalidade do livro é transmitir uma
história edificante sobre as origens da família de Davi, que teve, então, entre
os seus antepassados uma moabita, isto é, um membro que não era do povo judeu,
e até seu inimigo. Isto já ensina a universalidade da salvação preparada por
Deus para todos os homens (cf. Rt 2,12). O mesmo se dá com o livro de Jonas.
Mateus, na genealogia de Jesus, faz questão de citar Rute, para significar que
Ele não é filho apenas de israelitas, e Salvador não só dos judeus, mas de
todos os homens.
Os livros de Samuel
- foram escritos após o ano 622 a.C., e narra as histórias de Samuel, o último
dos Juízes, do rei Saul e do rei Davi. Continuam as narrações contidas nos
livros dos Juízes e cobrem um período da história de Israel de 1050 a 970 a.C.,
Samuel, o último dos juízes foi incumbido por Deus para sagrar o primeiro rei
de Israel, Saul.
Os livros dos Reis
- narram a história dos reis de Israel, Saul, Davi, Salomão, etc., e vai até o
exílio do ano 587 a.C., quando aconteceu o exílio para a Babilônia. Narra a
construção do Templo por Salomão, a separação das 12 tribos de Israel em dois
reinos rivais (Samaria e Judá), e conta, entre outras coisas, a queda de ambos
os reinos, a destruição de Jerusalém, , a história de Elias, Eliseu, a Reforma
de Josias e a destruição de Jerusalém pelos babilônios. O livro cobre cerca de
400 anos de história de Israel (970-570 a. C.). Começa com os últimos dias de
Davi e vai até a libertação de Jeconias, rei de Judá, detido na Babilônia (561
a.C.). O livro conta a história dos dois reinos de Israel separados e rivais.
Apresenta os doze reis de Judá, todos da descendência de Davi; e os dezenove
reis da Samaria, pertencentes a nove dinastias diferentes, perdendo, então, a
descendência de Davi.
Os dois livros das Crônicas I e II(ou Paralipômenos = as coisas omitidas) - formam com
os livros de Esdras e Neemias um bloco homogêneo chamado de "obra do
Cronista". Narram as histórias de Israel, repetindo ou completando o que
já foi narrado em Samuel e Reis. Na verdade, reapresenta a história narrada em
Samuel e Reis, mas com uma perspectiva ainda mais religiosa. Trazem uma tabela
genealógica desde Adão até Davi; a história do rei Davi, de Salomão e dos reis
de Judá, e procura dar um significado teológico aos acontecimentos narrados.
O livro de Esdras
(sacerdote) e Neemias (governador) -
são do mesmo autor das Crônicas e contam as histórias desses personagens
importantes que restabeleceram a restauração religiosa e moral de Israel após o
exílio da Babilônia. Cobre uma época que vai de 538 a 430 a.C. Narram a
construção e a dedicação do Templo, a reconstrução das muralhas e da cidade de
Jerusalém. É o tempo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. Foi o
renascimento do judaísmo após o exílio, a partir de Judá que volta do exílio; e
daí nascerá o Messias. Por isso Esdras é chamado o " pai do
Judaísmo".
Os livros de Tobias,
Judite e Ester - são livros escritos no gênero literário chamado de
midraxe, que é a narração de um fato histórico com ênfase religiosa, isto é, na
ação de Deus que age em defesa dos fiéis, realçando os aspectos edificantes e
moralizantes dos fatos narrados, com o intuito de formar os leitores. São
histórias edificantes que não se pode saber bem quando ocorreram, e que não se
referem a todo o Israel, mas apenas a uma pessoa, família (Tobias) ou cidade
(Judite). São belos livros, de leitura muito edificante, que mostram a ação de
Deus, na vida de uma pessoa, de uma família ou de uma cidade que nele confia. É
importante notar a figura de duas mulheres, usadas por Deus para a sua obra de
salvar o seu povo. Ester é figura de Nossa Senhora.
Os livros dos Macabeus
- contam a história do povo Judeu no tempo da opressão dos sírios,
especialmente pelo rei Antíoco IV Epífanes (175-163), que queria obrigar o povo
a praticar as leis pagãs e rejeitar a lei de Deus. Levantou-se Matatias,
sacerdote, como chefe de guerrilha e guerra contra os sírios, com os seus
filhos João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. A revolta dos Macabeus surgiu por
esta causa e vai aproximadamente de 175 a 163 a.C., já no limiar da chegada de
Jesus.
Do tempo de Esdras (400) até os Macabeus (175),
temos um período de cerca de 225 anos dos quais a Bíblia nada fala. Parece
terem sido tempos de paz, embora Israel ainda vivesse sob o jugo de Alexandre
Magno, e depois os sírios.
Os livros sapienciais - Há 7 livros na Bíblia que são
chamados de Sapienciais, isto é, que falam da sabedoria de Deus. Vamos
examiná-los.
O livro de Jó
- foi escrito no século V antes de Cristo, e medita sobre a questão do
sofrimento humano. Por que sofrem os bons? A sua mensagem principal é que o
homem deve humilhar-se no sofrimento e confiar em Deus que sabe tirar o bem até
mesmo do mal. Mostra a vitória, pela fé, de um homem que mesmo coberto de lepra
da cabeça aos pés, sabe ainda confiar em Deus, sem perder a fé e sem blasfemar.
A grande mensagem do livro é que não podemos conhecer todas as causas do
sofrimento, mas devemos fazer um ato de confiança absoluta em Deus. E não
ficaremos frustrados.
O livros dos Salmos
- contém 150 salmos de Davi, Salomão e outros. Eram orações "cantadas com
o acompanhamento de instrumentos de corda". Era por excelência o livro de
oração dos judeus e também da nossa Igreja. Canta os louvores de Deus, as
lamentações do povo, os cânticos religiosos, os poemas e as súplicas. Exprimem
as mais diversas situações de ânimo; adoração, louvor, perseguição, saudades do
santuário, desejo de Deus, confissão dos pecados, esperança em Deus que salva,
oráculos messiânicos, cânticos de Sion, etc...
O livro dos Provérbios
- trazem a riquíssima sabedoria que o povo judeu armazenou durante a vida muito
sofrida, especialmente no exílio. É o mais representativo da literatura
sapiencial bíblica, que datam do século X a.C., às quais foram acrescentadas
normas que são do séc. IV / III a.C. Aos poucos a sabedoria foi tomando aspecto
religioso, com as suas raízes no "temor do Senhor", e procura agradar
a Deus. É vista como um dom de Deus. Os sábios atribuíam a ao próprio Deus a
sabedoria. O termo provérbio vem do hebraico "Meschalim", que quer
dizer "Máximas". O livro consta de nove coleções de máximas, as mais
antigas atribuídas a Salomão.
O livro do Eclesiastes
- é parecido com o livro de Jó; uma vez que ambos tratam da questão do
sofrimento. O termo eclesiastes quer dizer "orador" ou
"pregador", aquele que fala na assembléia. Enquanto Jó parte a
realidade do mal, Eclesiastes parte da vaidade e da deficiência de todos os
bens. Quem lê o livro pode à primeira vista ficar confuso, quando recomenda o
gozo dos bens materiais; no entanto são apenas reflexões que o autor faz
consigo mesmo, contraditórias, antes de chegar às conclusões. Por fim termina
dizendo: "teme a Deus e guarda os seus mandamentos". O autor do livro
não é Salomão, mas um judeu da Palestina que viveu no séc. III a.C.
O livro do Cântico
dos Cânticos - quer dizer "o mais belo dos cânticos". O tema do
livro é o amor de um homem chamado Salomão e rei por uma jovem chamada de
"a sulamita", guarda de vinhas e pastora. A interpretação é a
seguinte: sob a imagem do esposo é figurado o próprio Deus e, sob a imagem da
esposa, a filha de Sion, o povo de Israel, que Deus escolheu entre todas a
nações. Na perspectiva cristã é a figuração de Cristo (Esposo) e a Igreja
(Esposa). Os místicos viram também na figura da esposa a Virgem Maria e,
também, qualquer alma fiel a Deus. As fortes cenas de amor são uma maneira
oriental de se expressas e não devem nos impressionar ou levar-nos a conclusões
erradas; são fortes para mostrar o quanto Deus ama a humanidade.
O livro da Sabedoria
- foi escrito por um judeu de Alexandria no norte do Egito, com o objetivo de
fortalecer a fé dos judeus que viviam nesta região, de modo a não aderirem à
religião dos povos desta região. Muitos judeus viviam nesta rica cidade fundada
por Alexandre Magno († 324 a.C). O autor exalta a Sabedoria judaica, cuja
origem é Deus; e quer mostrar que ela nada é inferior à grega, que domina
Alexandria.
O livro do Eclesiástico
(ou Sirácidas) - A tradução grega é "Sabedoria de Jesus filho de
Sirac". Os cristãos de língua latina o chamavam de
"Ecclesiasticus", já que era usado para ensinar os bons costumes aos
catecúmenos que se preparavam para o Batismo. Era o livro da
"Ecclesia" (Igreja). É um pouco parecido com o livro dos Provérbios,
mas revela uma fase mais avançada do pensamento dos judeus. O livro deve ter
sido escrito aproximadamente no ano 190 a.C., em Jerusalém, em hebraico, e
depois foi traduzido para o grego em 132 a.C.
Os livros proféticos - são 18. A partir de Samuel (séc.
a.C.) até Malaquias (séc. a.C) a série dos profetas foi ininterrupta e eles
exerceram papel muito importante no reino de Israel: eram conselheiros dos
reis, censuravam as injustiças, condenavam toda idolatria, etc.
Os profetas Isaías, Jeremias, Oséias, e Amós, atuaram antes do exílio (587-538 a.C.) e mostravam aos reis e ao povo as suas faltas, pelas quais Deus os abandonaria nas mãos dos estrangeiros.
Os profetas Ezequiel
e o "segundo" Isaías (Is
40-55) agiram durante o exílio procurando erguer o ânimo do povo.
Os profetas Ageu,
Zacarias e Malaquias atuaram depois do exílio incentivando o povo a
reconstruir o Templo e os muros de Jerusalém, além de empreender a reforma
religiosa, moral e social da comunidade judaica e predizendo a glória do futuro
Messias.
Os profetas Oséias,
Amós, Miquéias, Joel, Abdias, Jonas, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias,
Malaquias, em número de 12, são chamados de profetas menores, não porque
não foram importantes, mas porque nos deixaram escritos pequenos, que já no
século II antes de Cristo eram colecionados em um só volume (rolo). Não é
possível se saber com exatidão a época em que cada um deles atuou, mas sabemos
que agiram do século VIII ao século III a.C. e fornecem dados importante da
história de Israel e dos povos vizinhos.
O livro de Isaías
- o profeta viveu de 740 a 690 a.C. Mas não foi o único autor de todo o livro.
Este está dividido em três partes: Isaias I (capítulos 1-39) é do tempo do
profeta; Isaias II (40-55) é da época do exílio da Babilônia (587-638 a.C.) e
Isaias III (56-66) foi escrito após o exílio na época da restauração do povo na
sua terra. O profeta Isaías era filho de nobre família de Jerusalém, poeta ,
foi conselheiro dos reis Jaotã, Acaz e Ezequias numa época de infidelidade
moral e religiosa por parte do povo de Israel. O livro de Isaías, por isso, é
dito da "escola de Isaías"; isto é, seus discípulos devem ter
continuado a obra do mestre através dos séculos.
O livro de Jeremias
- O profeta viveu de 650 a 567 a.C., nasceu perto de Jerusalém. O reino de Judá
estava cada vez mais ameaçado pelos adversários, e o profeta anunciou a ruína
da Cidade Santa e do Templo, por isso foi condenado à morte pelos sacerdotes e
falsos profetas, mas escapou da morte. O livro contém os quarenta anos de
pregação do profeta.
O livro das Lamentações
- é uma coleção de cinco cânticos que choram a queda da Cidade Santa de
Jerusalém ocorrida e 587 a.C. Os quatro primeiros são acrósticos. Reconhece a
culpa do povo por causa dos seus pecados e o convoca à penitência e à oração.
O livro de Baruc
- Baruc foi conselheiro e secretário (amanuense ) de Jeremias. Acompanhou-o ao
Egito após a queda de Jerusalém em 587 a.C.; o autor trato do povo no exílio da
Babilônia e exorta-o para que não caia na idolatria dos babilônios, viva a lei
de Moisés e não desanime.
O livro de Ezequiel
- O profeta Ezequiel (= Deus dá força), era sacerdote, casado, e perdeu a
esposa um pouco antes da queda de Jerusalém em 587 a.C. Exerceu o seu
ministério até 571 a.C, e, segundo uma tradição judaica morreu apedrejado pelos
judeus. Acompanhou o povo de Judá na fase mais crítica da sua história, quando
Jerusalém caiu sob Nabucodonosor. O livro de Ezequiel tem quatro partes: 1-
(cap. 4-24), onde censura os judeus antes da queda de Jerusalém por causa dos
seus pecados; 2- (cap. 25-32), que contém oráculos contra os povos estrangeiros
que oprimiram os hebreus; 3 - (cap. 33-39), consola o povo durante e após o
cerco de Jerusalém, prometendo-lhe tempos melhores; 4 - (40-48), descreve a
nova cidade e o novo Templo após a volta do exílio.
O livro de Daniel
- O profeta Daniel (=Deus é meu juíz), é o principal personagem do Livro. Os
capítulos de 1 a 6 formam um núcleo histórico e contam a história do profeta.
Daniel foi um hebreu deportado para a Babilônia em 606 a.C. fiel à lei de Deus,
que o enriqueceu com dons diversos, tendo-se tornado importante na corte de
Babilônia. Os capítulos 7 a 12 tem uma forma apocalíptica, que tem o seguinte
sentido: na época em que os judeus estavam oprimidos por Antíoco Epifanes
(167-164 a.C.) um hebreu piedoso escreveu a história dos último séculos de
Israel, com a finalidade de animar os irmãos e apresentou a sua época como
próxima da libertação messiânica. Faz referência ao Filho do Homem (7,13) e ao
seu reino definitivo sobre as nações. Mais do que um livro profético, é um
Midraxe e um Apocalipse, escrito no século II a.C., não pelo profeta, mas por
alguém que contou a sua história.
Os profetas menores
Amós - era natural de Técua (Judá).
Pastor de gado e cultivador de sicômoros. Exerceu o chamado profético no reino
da Samaria, sob o rei Jeroboão (783-743 a.C.). Pregou contra o luxo, a
depravação dos costumes, o culto idolátrico, previu a queda do reino da Samaria
em 721 a.C. nas mãos dos Assírios. Foi um ministério curto mas forte.
Oséias - pregou também no reino do
norte, da Samaria, sob Jeroboão II (783-743 a.C.). O livro mostra as relações
de Javé com o povo judeu simbolizadas pelo casamento do profeta, que se casa
com uma mulher leviana (Gomer), que o engana; mas que cai na escravidão; é,
então resgatada pelo profeta que a recebe de novo como esposa. O tema principal
do livro é o amor de Javé pelo seu povo.
Miquéias - profetizou sob Joatã, Acaz e
Ezequias, reis de Judá (740-690 a.C.). Deve ter conhecido a queda do reino do
norte em 721 e a invasão de Judá em 701 por Senaquerib. O profeta Jeremias cita
um dos seus oráculos contra Judá (Jr 26, 18). Encontramos neste livro uma
notável profecia messiânica (5,1-4).
Sofonias - Exerceu seu ministério sob o
piedoso rei Josias (640-609 a.C.), que fez uma forte reforma religiosa em 622
(2Rs 22,3-23,21). A mensagem principal de Sofonias é o anúncio do Dia do
Senhor, também abordado por Amós e Isaías. O Senbor salvará o resto do seu
povo, que lhe servirá na justiça, na humildade e na piedade.
Naum - era natural de Elcós. Trata
somente da queda de Nínive, capital do império Assírio, que ameaçava os povos
vizinhos e Judá. O livro é pouco anterior à queda de Nínive em 612 a.C.
Habacuc - O livro trata do tema
"porque o ímpio prevalece sobre o justo e o oprime?" É da época das
ameaças dos Assíris sobre Israel. O Senhor responde indicando a queda final dos
ímpios e a vitória dos justos. Mostra que Deus, por caminhos obscuros, prepara
a vitória do direito e dos justos. "O justo viverá pela fé" (Hab 2,4;
Rm 1, 17; Gal 3, 11; Hb 10,38).
Ageu - este profeta dá início ao
último período dos profetas, após o exílio. O tom e a da Restauração. Ageu
acompanha o povo na volta da Babilônia. Essa gente era hostilizada pelos
estrangeiros que moravam na Judéia e nos países vizinhos, passava dificuldades.
Então o profeta exorta este povo a reconstruir o Templo, e isto como condição
para a vinda de Javé e do seu reino. Exerceu seu ministério no ano 520 a.C.
Zacarias - Exerceu o ministério também
por volta do ano 520 a.C., após o retorno do exílio. O livro se refere a oito
visões do profeta que tratam da restauração e da salvação de Israel. Seguem-se
os oráculos messiânicos. A segunda parte do livro é de difícil entendimento,
com fatos históricos difíceis de conhecer e com um apocalipse que descreve as
glórias de Jerusalém nos últimos tempos.
Malaquias - seu nome significa "meu
mensageiro". Dois grandes temas são abordados pelo profeta: as faltas dos
sacerdotes e dos fiéis na celebração do culto; e o escândalo dos matrimônios
mistos e dos divórcios. O Senhor anuncia o dia do Senhor que purificará os
sacerdotes e levitas, punirá os maus e concederá o bem aos justos. Fala da
promessa da vinda de Elias que precederá o dia do juízo final. O livro de
aproximadamente 515 a.C., anterior à proibição dos casamentos mistos devida à
reforma de Esdras e Neemias em 445 a.C.
Abdias - é o menor dos livros
proféticos, e de difícil entendimento. Dirigido a Edom, povo vizinho de Judá,
sob o rei Jorã (848-841 a.C.). O livro exalta a justiça e o poder de Javé, que
age como defensor do direito.
Joel - o livro foi escrito após o
exílio, próximo do ano 400 a.C. É um compêndio da escatologia (últimos tempos)
judaica. Descreve o Dia do Senhor, caracterizado pela efusão do Espírito Santo,
o juízo sobre as nações e a restauração messiânica do povo eleito. O ataque dos
gafanhotos, da primeira parte, indica os acontecimentos que antecederão
imediatamente o Dia do Senhor. A segunda parte tem a forma de um apocalípse que
descreve a intervenção final de Deus na história, com abalo cósmico.
Jonas - é diferente de todos os outros
livros proféticos. Narra a história de um profeta, Jonas, que recusou a ordem
do Senhor para que fosse pregar aos ninivitas. Milagrosamente conduzido pela
providência divina chega a Nínive e consegue converter a grande cidade. Deus
lhe ensina que a sua misericórdia atinge a todos os povos. É uma narração
didática, parabólica, não história, para mostrar aos judeus do século V a.C.
muito nacionalistas, que a salvação é universal.
ESSÊNCIA
DA MENSAGEM DOS LIVROS
DO NOVO TESTAMENTO
MATEUS – Escrito para convencer
os judeus que Jesus é o Messias que eles estavam esperando.
MARCOS – Escrito para os romanos mostrando dinamismo da
atividade de Jesus no dia-dia.
LUCAS – Escrito para apresentar
Jesus aos não religiosos.
JOÃO – Escrito para enfatizar o
lado divino de Jesus.
ATOS DOS APÓSTOLOS – Uma
descrição dos primeiros dias da igreja primitiva e como ela se espalhou pelo império romano.
ROMANOS – Uma carta escrita para
explicar, sistemática e logicamente, o plano de Deus para salvar seu povo.
I CORINTIOS – Carta para aconselhar uma igreja com problemas.
II CORINTIOS – Defesa de Paulo do
seu ministério em resposta ás acusações de membros da igreja.
GÁLATAS – Uma carta para lembrar
que só a graça de Deus pode nos libertar do pecado.
EFÉSIOS – Uma carta descrevendo
os laços que unem os cristãos como uma família.
FILIPENSES – Uma carta escrita
para explicar que a vida em Cristo é uma vida
de alegria verdadeira.
COLOSSENSES – Uma carta escrita
para desafiar os ensinos falsos e chamar os cristãos para a fé em Cristo.
I TESSALONICENSES – Encorajamento
para novos cristãos.
II TESSALONICENSES – Mais
encorajamento para novos cristãos.
I TIMÓTEO – Uma carta de conselho
e encorajamento para aqueles que ocupam cargos
de liderança na igreja.
II TIMÓTEO – Um desafio para líderes
cristãos continuarem com seu trabalho.
TITO – Instruções para uma vida
cristã irrepreensível.
FILEMON – Uma carta encorajando
cristãos se perdoarem e restaurarem a unidade entre eles.
TIAGO – Uma carta escrita para encorajar cristãos perseguidos e
para corrigir falsas ideias.
I PEDRO – Uma carta de
encorajamento, descrevendo a esperança dos cristãos no retorno de Cristo.
II PEDRO – Uma carta avisando os
cristãos sobre falsas ideias.
I JOÃO – Uma carta enfatizar a
manifestação de Deus, o amor fraternal e sobre a manifestação de falsos
cristos.
II JOÃO – Um aviso sobre os
falsos doutores.
III JOÃO – Uma carta para
manifestar alegria pelos irmãos que andam na verdade e queixa contra Diótrefes.
JUDAS – Um aviso contra falsos
mestres.
APOCALIPSE (REVELAÇÃO) – Descrição do estado das
comunidades cristãs da Ásia Menor (Turquia) e uma visão dos bastidores da
história do mundo no seu aspecto espiritual com a consequente vitória do
Cordeiro de Deus.
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