segunda-feira, 26 de junho de 2017

LIÇÃO 1 - AS TRADIÇÕES E OS AUTORES DOS LIVROS DA BÍBLIA


        No grego a palavra Pentateuco significa “cinco volumes”, são os cinco primeiros livros da Bíblia, que são resultantes de um processo que teve várias etapas. Escribas, profetas e sacerdotes foram registrando em épocas diferentes, eventos religiosos, dados históricos e mitos que lhes foram transmitidos oralmente, cujo teor eram significativos para compor a história de seu povo.
       Os primeiros capítulos do livro do Gênesis, bem como êxodo, Levítico, Números podem ser atribuídos em parte á Moises. Ao todo podemos afirmar que o Pentateuco é o resultado de 4 (quatro) tradições:

A tradição JAVISTA – É assim chamada porque desde o começo dá a Deus o nome Yahweh. Ela se originou provavelmente no tempo do rei Salomão, em torno do ano 950 a.C., em Jerusalém. É originária das tribos hebraicas estabelecidas no sul da Palestina. Esta tradição traz vestígios evidentes dos costumes primitivos adotados por estas tribos enquanto ainda viviam no deserto. 

A tradição ELOISTA – É assim chamada por se referir a Deus pelo nome de Elohim. Ela nasceu provavelmente por volta do ano 750 no reino do norte depois que o reino de Salomão foi dividido. Muito marcada pela mensagem de profetas como Elias e Oséias, ela dá muita importância aos profetas. Esta tradição se fundiu com a JAVISTA pelos anos 700 a.C. Nesta região mais agrícola do que pastoril, as tribos viram-se compelidas a abandonar o seu modo de vida adotado no deserto e com ele muitas crenças  e tabus.

A tradição DEUTERONÔMICA – Está contida principalmente no livro do Deuteronômio, mas influenciou outros livros também. Começou no reino do norte e foi acabada no reino do sul. É um código muito mais adiantado, composto sob a influência dos grandes profetas e adotado por volta do ano 622 a.C.

A tradição SACERDOTAL – Se originou durante o exílio judeu na Babilônia de 587 á 538. No exílio os sacerdotes tiveram que relembrar e reescrever a tradição do seu  povo para manter sua  fé e esperança. Código aparentemente mais moderno, pois é um reflexo da influência dos babilônios  regidos pela casta sacerdotal e em cujo país foram cativos por 70  anos, só lhes sendo permitido  o regresso á pátria em 536 a.C.

        Estas quatro tradições com outros acréscimos foram reunidas em um só volume. Este trabalho acredita-se que foi realizado pelo sacerdote Esdras, tendo sido finalizado por volta do ano 400 a.C. O único monumento sério, diz o Dr. Jacolliot, da tradição semítica ou assim considerada é a Bíblia, fonte onde bebem judeus e cristãos toda sua teologia cosmológica. Os estudiosos sérios desta matéria atestam que o Pentateuco foi escrito com o auxílio das velhas tradições do Egito, da Índia e da Caldéia (Babilônia) e da Pérsia. Sabe-se que Josué não escreveu o livro que leva seu nome porque trata de eventos que ocorreram muito tempo após sua morte. Ninguém conhece o autor de Rute, nem o autor do primeiro e segundo livro de Samuel; o que sabemos é que Samuel não escreveu os livros que levam seu nome. Ninguém sabe quem foi o autor do primeiro e segundo livro dos Reis ou o primeiro e segundo livro das Crônicas; sabemos que os Salmos não foram escritos todos por Davi.
        Nos Salmos a escravidão é citada, e isto não aconteceu até quinhentos anos após  Davi ter  morrido. Sabemos que  Salomão  não   foi o  único autor dos livros de  Provérbios ou o Cântico dos cânticos; e que Isaías  não  foi  o autor  do livro  que leva seu nome; e  ninguém sabe quem foi o  autor  de  Eclesiastes, Jó, Ester, ou  qualquer outro livro do Velho Testamento,  com exceção  de Esdras. A maioria destes livros foram registros feitos por escribas anônimos, os quais eram os únicos que compreendiam a língua nativa e por isso responsáveis pela escrita, perpetuação e interpretação do texto sagrado. Estes deveriam ter intima relação com os sacerdotes, pois ambos dividiam o poder, um interpretava e o outro executava a aplicação da lei, e esta é a razão pela qual estes nomes por várias vezes são mencionados nos Evangelhos.
        Sabemos que os manuscritos foram copiados com extraordinário cuidado, mas isto não impediu que as cópias dos originais fossem carregadas de variantes. Imagine a dificuldade de se copiar em hebraico, aramaico e grego. O original não tinha capítulos, nem vírgula, nem sinais, nem mesmo separação entre as palavras. No hebraico não havia nem mesmo vogais, as quais só aparecem depois dos anos 700 d.C., por causa do trabalho de judeus eruditos chamados de massoretas, que tiveram a fantástica missão de aplicar ao texto original os sinais vocálicos a fim de fixar um padrão fonético O livro do Gênesis é independente dos quatro outros livros que compõem o Pentateuco. O seu conteúdo em partes é composto das tradições  sumérias e babilônicas. 

Algumas das leis que registradas no Pentateuco já existiam  há milhares de anos na Babilônia, Egito e na Índia.

Até o reinado de Josias, 580 a.C., os hebreus ofereciam as suas adorações  as divindades pagãs e o monoteísmo  não era uma exclusividade hebraica e este só foi  fielmente levado á sério a partir da reforma religiosa  empreendida pelo rei Josias e o sacerdote Hilquias.

Nenhum profeta citou os livros do Pentateuco, nem  nos Salmos, nem nos livros atribuídos á Salomão, nem  em Jeremias ou Isaías, enfim, em nenhum dos demais livros canônicos dos judeus. 


PRINCIPAIS AUTORES DA BÍBLIA

O Novo Testamento já não apresenta tanta dificuldade assim, apesar de não termos certeza 
se o livro de Hebreus foi escrito por Paulo ou não. Alguns autores identificados da Bíblia:


MOISÉS – Com conhecimento que possuímos da cultura mesopotâmica (sumérios,
 babilônios, caldeus, assírios, elamitas, persas), os dez primeiros capítulos do Gênesis
 foram elaborados sob a influência da cultura 
mesopotâmica. O restante deste livro, bem como o Êxodo,  Levítico, Números, Deuteronômio
 a tradição rabínica  lhe atribui  autoria, mas com edição posterior, como a 
narração da sua morte que foi provavelmente registrada por Josué.


DAVI, ASAFE – Salmos.


SALOMÃO – Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos.


PEDRO/JOÃO – Estes apóstolos pescadores foram autores de alguns livros do N.T., 

João escreveu um dos evangelhos, três cartas, bem como o Apocalipse. Pedro, autor de
 duas cartas.


LUCAS – Este médico grego, além de escrever um dos evangelhos também escreveu o
 livro de Atos dos Apóstolos.


PAULO – Foi o autor de pelo menos 12 cartas.


Nota: No livro de Isaías a passagem (38:10-20;), foi escrita pelo rei Ezequias. Os escribas  dele  também compilaram os capítulos 25-29 do livro de Provérbios. O capítulo 30 deste
  livro são as palavras de um tal de Agur e o 31 de um desconhecido Lemuel.

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