No grego esta palavra significa “cinco
volumes”, são os cinco primeiros livros da Bíblia, que são resultantes de um
processo que teve várias etapas. Escribas, profetas e sacerdotes foram
registrando em épocas diferentes, eventos religiosos, dados históricos e mitos
que lhes foram transmitidos oralmente, cujo teor eram significativos para
compor a história de seu povo. Ao todo podemos afirmar que o Pentateuco é o
resultado de 4 (quatro) tradições:
A
tradição JAVISTA – É assim chamada porque desde o começo dá a Deus o nome
Yahweh. Ela se originou provavelmente no tempo do rei Salomão, em torno do ano 950 a.C., em Jerusalém.
A
tradição ELOISTA – É assim chamada por se referir a Deus pelo nome de Elohim.
Ela nasceu provavelmente por volta do ano 750 no reino do norte depois que o
reino de Salomão foi dividido. Muito marcada pela mensagem de profetas como
Elias e Oséias, ela dá muita importância ao profetas. Esta tradição se fundiu
com a JAVISTA pelos anos 700 a.C.
A
tradição SACERDOTAL – Se originou durante o exílio judeu na Babilônia de 587 á
538. No exílio os sacerdotes tiveram que relembrar e reescrever a tradição do
seu povo para manter sua fé e esperança.
A
tradição DEUTERONOMICA – Está contida principalmente no livro do Deuteronômio,
mas influenciou outros livros também. Começou no reino do norte e foi acabada
no reino do sul.
Estas
quatro tradições com outros acréscimos foram reunidas em um só volume. Este
trabalho acredita-se que foi realizado pelo sacerdote Esdras, tendo sido
finalizado por volta do ano 400
a.C.
O único monumento
sério, diz o Dr. Jacolliot, da tradição semítica ou assim considerada é a
Bíblia, fonte onde bebem judeus e cristãos toda sua teologia cosmológica. Os
estudiosos sérios desta matéria atestam que o Pentateuco foi escrito com o
auxílio das velhas tradições do Egito, da Índia, da Caldéia (Babilônia) e da
Pérsia.
Ninguém honestamente nos negará que:
I-
O livro do Gênesis é independente dos quatro outros livros que
compõem o Pentateuco e muitas das suas informações pertencem as
tradições egípcias babilônicas.
II- Parte das leis e prescrições que ele contém já existiam há milhares
de anos no Egito e na Índia.
III-
Até o reinado de Josias, 580 a.C., os hebreus ofereciam as suas
adorações as divindades e espíritos da mitologia grosseira dos egípcios,
caldeus e povos cananeus.
IV-
Os escribas, para dar mais peso á sua obra, redigiram-na e
colocaram-na sob a lendária autoridade de Moisés, cujo nome era venerado como
libertador do povo hebreu.
V-
O monoteísmo não era uma exclusividade hebraica e este só foi
fielmente levado á sério a partir da reforma religiosa empreendida pelo rei
Josias e o sacerdote Hilquias.
VI-
Nenhum profeta citou os livros do Pentateuco, nem nos Salmos, nem
nos livros atribuídos á Salomão, Jeremias, Isaías enfim, em nenhum dos livros
canônicos dos judeus.
VII-
Em que língua Moisés teria escrito, a não ser egípcio, visto que
nasceu lá juntamente com o seu povo.
VIII-
Se Moisés tivesse escrito que Deus pune a maldade dos pais nos
filhos até a terceira e quarta geração, Ezequiel não teria ousado contrariá-lo
em seu livro.
IX-
Ele não poderia ter citado o livro de Jasher, porque este só foi
escrito no tempo dos reis.
A história religiosa de Israel teve um marco que determinou o seu
desenvolvimento até a atualidade, refiro-me a reforma do rei Josias. Foi esta reforma que criou o judaísmo,
unindo o conteúdo das profecias aos ritos e tradições da religião popular. O
código de Josias seria o primeiro passo em direção á Torá que trouxe a ideia
aos judeus e ao mundo que o Antigo Testamento era a “Palavra
de Deus”, descrita de forma homogênea e definitiva.
Segundo
o historiador Will Durant em seu livro
“História da Civilização“, que quando os judeus entraram no palco da
história não passavam de beduínos nômades. O culto do boi e carneiro estava
vivo na memória deles. Moisés nunca conseguiu extirpar de sua gente a fé no
bezerro de ouro porque a adoração do touro ainda estava fresca em sua memória.
Adoravam a serpente como nos mostra o episódio em que Moisés provê uma de bronze para conceder ao povo um
milagre. Os oráculos eram obtidos por meio de dados sagrados (Urim
e Tumim) sacudidos numa caixa (ephod).
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