sexta-feira, 14 de julho de 2017

Curso de Teologia - ENIGMAS DA BÍBLIA - LIÇÃO 15



LIÇÃO 15
LITERATURA APÓCRIFA
OS ROLOS DE QUNRAM

        Enquanto o achado de Nag Hammadi  trouxe os escritos relacionados ao período neotestamentário, os achados de Qunram (1947-56) foram mais reveladores  principalmente no que se refere aos escritos do período do Antigo Testamento e os de autoria da seita essênia, grupo que provavelmente guardou todo o material descoberto. Entre os manuscritos (mais de 800), estavam o livro de Isaías; comentário do livro de Habacuque; o livro de Lameque (Gênesis de Lameque); o livro de Enoque e os que pertenciam a seita: manual de disciplina; a guerra entre os filhos das trevas e os filhos da luz; e os salmos de ações de graça. Os textos estavam escritos em hebraico, aramaico e grego. Os essênios têm chamado a atenção publica ultimamente por causa da descoberta dos rolos do mar morto ou rolos de Qumran e por causa das escavações feitas no monastério Khirbet, onde provavelmente foram escritos.

       Estes escritos e estrutura da construção dão evidência de uma organização muito similar aos essênios. Esta estrutura foi ocupada do fim do segundo século antes de Cristo ate 135 d.C. Segundo alguns historiadores, eles estiveram em atividade durante este período. Estes escritos revelam que o povo da comunidade de Qumran eram ávidos estudantes das Escrituras Judaicas. A maioria deles pereceu com a invasão do Império Romano, os que sobreviveram é provável que tenham se tornado cristão.    Descobertos provavelmente no ano de 1947 por um beduíno árabe e levado até os estudiosos no final de 1947 e início do ano 1948, numa região chamada de Qumran, próximo de uma fonte de água doce conhecida como Ain Freshkha.Esta localização é na fronteira  leste do deserto de Judá. Um dos primeiros estudiosos a examinarem  os rolos foi o professor Eleazar L. Sukenik da Hebrew University, que foi um dos primeiros a adquiri-los. Outros rolos foram comprados pela American School of Oriental Research em Jerusalém, onde o seu diretor Dr. John C. Trever, convencido do seu valor, fotografou a porção comprada por ele. Uma das fotografias foram enviadas ao arqueólogo William F. Albright, que prontamente declarou que “aqueles eram os mais importantes manuscritos do Velho Testamento”. Os rolos que foram comprados pela Hebrew University incluíam:

- Os Rolos de Isaías” (partes do livro)
- A Guerra dos Filhos da Luz contra os Filhos das Trevas
- Hinos de Ações de Graça

       Os rolos comprados pelo arcebispo sírio e publicados pela American School of  Oriental Research incluíam os livros de “Isaías ” (completo), “comentário de Habacuque”, que contém os capítulos um e dois com comentários e o “Manual de Disciplina”, que contém as regras dos membros da comunidade de Qumran. Todos eles estão de posse do estado de Israel e estão guardados na Hebrew University, em Jerusalém. Eles foram publicados várias vezes e em vários idiomas. Seguindo a descoberta destes importantes rolos, os quais são agora unanimemente aceitos como datando entre o último século antes de Cristo e o primeiro século da era cristã, a região foi sistematicamente explorada.

        O texto grego do Velho Testamento (Septuaginta), bem como as citações do V.T. que aparecem no Novo Testamento indicam a existência de outros textos além daqueles que nos chegaram (o texto massorético). O estudo do texto do Mar Morto torna claro que quando estes foram escritos existiam pelo menos três textos: o primeiro pode ser chamado de “a origem do texto massorético”, o segundo foi o que usaram os tradutores da versão Septuaginta e o terceiro era um que diferia destes dois. As diferenças não são tão grandes e não afetam a questão doutrinária. O livro do profeta Samuel foi muito beneficiado por esta descoberta, já que tornaram mais claros alguns pontos contundentes. Entre estes manuscritos não se encontram porções do N.T., visto que os mais antigos livros desta parte das Escrituras só foram escritos depois da destruição desta comunidade que se deu por volta do ano 70 d.C. Mas há referências tanto da parte de Jesus, Pedro, Judas e Paulo  que se encontram no livro de Enoque, o que nos dá uma ideia que os manuscritos deste livro faziam parte da leitura dos primeiros cristãos da Palestina. Sobre a possível ligação de Jesus com aquela comunidade temos opiniões bastante divididas, fato é que muitos elementos cristãos se assemelham com os valores Essênios da época.
                                   BIBLIOTECA DE NAG HAMMADI
      É uma coleção de textos gnósticos do cristianismo primitivo (período que vai da fundação até o Primeiro Concílio de Niceia em 325 d.C.) descoberta na região do Alto Egito, perto da cidade de Nag Hammadi em 1945. Naquele ano, um camponês local chamado Mohammed Ali Samman encontrou uma jarra selada enterrada que continha treze códices de papiro embrulhados em couro.[1][2] Os códices contêm textos sobre cinquenta e dois tratados majoritariamente gnósticos, além de incluírem também três trabalhos pertencentes à Corpus Hermeticum e tradução/alteração parcial da A República de Platão. Na introdução de sua obra The Nag Hammadi Library em Inglês, James M. Robinson sugere que estes códices podem ter pertencido ao monastério de São Pacômio localizado nas redondezas e tenham sido enterrados após o bispo Atanásio de Alexandria ter condenado o uso não crítico de versões não canônicas dos testamentos em sua Carta Festiva de 367 d.C., após o Concílio de Niceia, por monges que teriam tomado os livros proibidos e os escondido em potes de barro na base de um penhasco chamado Djebel El-Tarif. Ali ficaram esquecidos e protegidos por mais de 1500 anos. Os textos nos códices estão escritos em copta, embora todos os trabalhos sejam traduções do grego. O mais conhecido trabalho é provavelmente o Evangelho de Tomé, cujo único texto completo está na Biblioteca de Nag Hammadi. Atualmente, todos os códices estão preservados no Museu Copta no Cairo, Egito. Numa uma ânfora foram achados 52 papiros com textos diferentes em língua copta, a forma moderna da língua egípcia antiga.

EVANGELHOS APÓCRIFOS

Apócrifo:(apokriphu–latim; apokriphos–grego;) palavra usada para definir um livro não autêntico, de origem duvidosa. Assim são chamados aqueles livros escritos nos primeiros séculos  da era cristã que eram considerados indignos de estrelarem entre os canônicos. São cartas, coletâneas de frases e outros narrações semelhantes aos evangelhos.

1-    Evangelho de Tomé
2-    Evangelho segundo os Hebreus
3-    Proto- evangelho de Tiago.
4-    Evangelho de Maria Madalena
5-    Evangelho de Pedro
6-    Evangelho segundo os egípcios
7-    Evangelho de Filipe
8-     Evangelho de André
9-    Evangelho de Bartolomeu
10- Pistis Sofia
11- A descida de Cristo ao inferno
12- O evangelho da virgem Maria

        Enquanto o achado de Nag Hammadi  trouxe os escritos relacionados ao período neotestamentário, os achados de Qunram (1947-56) foram mais reveladores  principalmente no que se refere aos escritos do período do Antigo Testamento e os de autoria da seita essênia, grupo que provavelmente guardou todo o material descoberto. Entre os manuscritos (mais de 800), estavam o livro de Isaías; comentário do livro de Habacuque; o livro de Lameque (Gênesis de Lameque); o livro de Enoque e os que pertenciam a seita: manual de disciplina; a guerra entre os filhos das trevas e os filhos da luz; e os salmos de ações de graça. Os textos estavam escritos em hebraico, aramaico e grego.

O EVANGELHO DE JUDAS

        O papiro considerado como o Evangelho de Judas foi achado em El-minya, no final do século 20. Desde esse tempo foi passando de mãos em mãos percorrendo a Europa e Estados Unidos, sem que ninguém soubesse exatamente do que se tratava aquele documento tão antigo. Somente no ano 2000 foi adquirido por Frieda Nusberger-tchacos, dona de um antiquário em Zuriq, que tentou vendê-lo, mas como ninguém se interessava, o entregou á Fundação Mecenas de Arte na Basiléia, Suíça; para ser restaurado e traduzido. Codex de Tchacos é como está sendo chamado o manuscrito que contém este tão polêmico evangelho.        
    
         O manuscrito foi redigido em copta, a língua oficial da igreja cristã egípcia, mas com caracteres gregos. Logo no início os estudiosos desvendaram que se tratava de um relato secreto que continha uma revelação de Jesus a Judas Iscariotes, uma semana antes da celebração da páscoa. Não se sabe quem o escreveu, todavia é bom lembrar que nem mesmo os evangelhos oficiais têm autoria inquestionável, já que acredita-se que eram ditadas pelos seguidores do cristianismo, dos escritores dos evangelhos ditos canônicos, só dois foram apóstolos – Mateus e João.  

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