LIÇÃO 15
LITERATURA APÓCRIFA
OS ROLOS DE
QUNRAM
Enquanto o achado de Nag
Hammadi trouxe os escritos relacionados
ao período neotestamentário, os achados de Qunram (1947-56) foram mais
reveladores principalmente no que se
refere aos escritos do período do Antigo Testamento e os de autoria da seita
essênia, grupo que provavelmente guardou todo o material descoberto. Entre os
manuscritos (mais de 800), estavam o livro de Isaías; comentário do livro de
Habacuque; o livro de Lameque (Gênesis de Lameque); o livro de Enoque e os que
pertenciam a seita: manual de disciplina; a guerra entre os filhos das trevas e
os filhos da luz; e os salmos de ações de graça. Os textos estavam escritos em
hebraico, aramaico e grego. Os essênios têm chamado a atenção publica
ultimamente por causa da descoberta dos rolos do mar morto ou rolos de Qumran e
por causa das escavações feitas no monastério Khirbet, onde provavelmente foram
escritos.
Estes escritos e estrutura da construção dão
evidência de uma organização muito similar aos essênios. Esta estrutura foi
ocupada do fim do segundo século antes de Cristo ate 135 d.C. Segundo alguns
historiadores, eles estiveram em atividade durante este período. Estes escritos
revelam que o povo da comunidade de Qumran eram ávidos estudantes das
Escrituras Judaicas. A maioria deles pereceu com a invasão do Império Romano,
os que sobreviveram é provável que tenham se tornado cristão. Descobertos provavelmente no ano de 1947
por um beduíno árabe e levado até os estudiosos no final de 1947 e início do
ano 1948, numa região chamada de Qumran, próximo de uma fonte de água doce
conhecida como Ain Freshkha.Esta localização é na fronteira leste do deserto de Judá. Um dos primeiros
estudiosos a examinarem os rolos foi o
professor Eleazar L. Sukenik da Hebrew University, que foi um dos primeiros a
adquiri-los. Outros rolos foram comprados pela American School of Oriental
Research em Jerusalém, onde o seu diretor Dr. John C. Trever, convencido do seu
valor, fotografou a porção comprada por ele. Uma das fotografias foram enviadas
ao arqueólogo William F. Albright, que prontamente declarou que “aqueles eram os mais importantes manuscritos
do Velho Testamento”. Os rolos que foram comprados pela Hebrew
University incluíam:
- Os Rolos de Isaías” (partes do livro)
- A Guerra dos Filhos da Luz contra os
Filhos das Trevas
- Hinos de Ações de Graça
Os rolos comprados pelo arcebispo sírio e publicados pela American
School of Oriental Research incluíam os
livros de “Isaías ” (completo), “comentário de Habacuque”, que contém os
capítulos um e dois com comentários e o “Manual de Disciplina”, que contém as
regras dos membros da comunidade de Qumran. Todos eles estão de posse do estado
de Israel e estão guardados na Hebrew University, em Jerusalém. Eles foram
publicados várias vezes e em vários idiomas. Seguindo a descoberta destes
importantes rolos, os quais são agora unanimemente aceitos como datando entre o
último século antes de Cristo e o primeiro século da era cristã, a região foi
sistematicamente explorada.
O
texto grego do Velho Testamento (Septuaginta), bem como as citações do V.T. que
aparecem no Novo Testamento indicam a existência de outros textos além daqueles
que nos chegaram (o texto massorético). O estudo do texto do Mar Morto torna
claro que quando estes foram escritos existiam pelo menos três textos: o
primeiro pode ser chamado de “a origem do texto massorético”, o segundo foi o
que usaram os tradutores da versão Septuaginta e o terceiro era um que diferia
destes dois. As diferenças não são tão grandes e não afetam a questão
doutrinária. O livro do profeta Samuel foi muito beneficiado por esta
descoberta, já que tornaram mais claros alguns pontos contundentes. Entre estes
manuscritos não se encontram porções do N.T., visto que os mais antigos livros
desta parte das Escrituras só foram escritos depois da destruição desta
comunidade que se deu por volta do ano 70 d.C. Mas há referências tanto da
parte de Jesus, Pedro, Judas e Paulo que
se encontram no livro de Enoque, o que nos dá uma ideia que os manuscritos
deste livro faziam parte da leitura dos primeiros cristãos da Palestina. Sobre
a possível ligação de Jesus com aquela comunidade temos opiniões bastante
divididas, fato é que muitos elementos cristãos se assemelham com os valores
Essênios da época.
BIBLIOTECA
DE NAG HAMMADI
É uma coleção de textos gnósticos do cristianismo primitivo (período que vai da fundação até o Primeiro
Concílio de Niceia em 325 d.C.) descoberta na região do Alto Egito, perto
da cidade de Nag Hammadi em 1945.
Naquele ano, um camponês local chamado Mohammed Ali Samman encontrou uma jarra
selada enterrada que continha treze códices de papiro
embrulhados em couro.[1][2] Os
códices contêm textos sobre cinquenta e dois tratados majoritariamente gnósticos, além
de incluírem também três trabalhos pertencentes à Corpus Hermeticum e tradução/alteração parcial da A República de Platão.
Na introdução de sua obra The Nag
Hammadi Library em Inglês, James M. Robinson
sugere que estes códices podem ter pertencido ao monastério de São Pacômio
localizado nas redondezas e tenham sido enterrados após o bispo Atanásio de Alexandria ter condenado o uso não crítico de versões não canônicas dos testamentos em sua Carta Festiva de 367 d.C., após o Concílio de Niceia, por monges que teriam tomado os livros proibidos e os
escondido em potes de barro na base de um penhasco chamado Djebel El-Tarif. Ali
ficaram esquecidos e protegidos por mais de 1500 anos. Os textos nos códices
estão escritos em copta,
embora todos os trabalhos sejam traduções do grego. O
mais conhecido trabalho é provavelmente o Evangelho de
Tomé, cujo único texto completo está na Biblioteca de
Nag Hammadi. Atualmente, todos os códices estão preservados no Museu Copta no Cairo, Egito. Numa uma ânfora foram
achados 52 papiros com textos diferentes em língua copta, a forma moderna da
língua egípcia antiga.
EVANGELHOS APÓCRIFOS
Apócrifo:(apokriphu–latim; apokriphos–grego;)
palavra usada para definir um livro não autêntico, de origem duvidosa. Assim
são chamados aqueles livros escritos nos primeiros séculos da era cristã que eram considerados indignos
de estrelarem entre os canônicos. São cartas, coletâneas de frases e outros
narrações semelhantes aos evangelhos.
1- Evangelho de Tomé
2- Evangelho segundo os Hebreus
3- Proto- evangelho de Tiago.
4- Evangelho de Maria Madalena
5- Evangelho de Pedro
6- Evangelho segundo os egípcios
7- Evangelho de Filipe
8- Evangelho de
André
9- Evangelho de Bartolomeu
10- Pistis Sofia
11- A descida de Cristo ao inferno
12- O evangelho da virgem Maria
Enquanto o achado de Nag Hammadi
trouxe os escritos relacionados ao período neotestamentário, os achados
de Qunram (1947-56) foram mais reveladores
principalmente no que se refere aos escritos do período do Antigo
Testamento e os de autoria da seita essênia, grupo que provavelmente guardou
todo o material descoberto. Entre os manuscritos (mais de 800), estavam o livro
de Isaías; comentário do livro de Habacuque; o livro de Lameque (Gênesis de
Lameque); o livro de Enoque e os que pertenciam a seita: manual de disciplina;
a guerra entre os filhos das trevas e os filhos da luz; e os salmos de ações de
graça. Os textos estavam escritos em hebraico, aramaico e grego.
O EVANGELHO DE JUDAS
O
papiro considerado como o Evangelho de Judas foi achado em El-minya, no final
do século 20. Desde esse tempo foi passando de mãos em mãos percorrendo a
Europa e Estados Unidos, sem que ninguém soubesse exatamente do que se tratava
aquele documento tão antigo. Somente no ano 2000 foi adquirido por Frieda
Nusberger-tchacos, dona de um antiquário em Zuriq, que tentou vendê-lo, mas
como ninguém se interessava, o entregou á Fundação Mecenas de Arte na Basiléia,
Suíça; para ser restaurado e traduzido. Codex de Tchacos é como está sendo
chamado o manuscrito que contém este tão polêmico evangelho.
O
manuscrito foi redigido em copta, a língua oficial da igreja cristã egípcia,
mas com caracteres gregos. Logo no início os estudiosos desvendaram que se
tratava de um relato secreto que continha uma revelação de Jesus a Judas
Iscariotes, uma semana antes da celebração da páscoa. Não se sabe quem o
escreveu, todavia é bom lembrar que nem mesmo os evangelhos oficiais têm
autoria inquestionável, já que acredita-se que eram ditadas pelos seguidores do
cristianismo, dos escritores dos evangelhos ditos canônicos, só dois foram
apóstolos – Mateus e João.
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