LIÇÃO 11
A ARQUEOLOGIA E A BÍBLIA
Alguns dos mais
conhecidos eventos e personagens bíblicos – os patriarcas Abraão, Isaque e
Jacó, o rei Davi, Moisés e a fuga israelita da escravidão no Egito, a conquista
da terra prometida sob Josué e certas passagens obscuras estão sendo vistas sob
uma nova luz graças a uma avalanche de recentes descobertas. Os arqueólogos
estão sempre buscando novas evidências que possam resolver perguntas não
respondidas como: Moisés realmente
existiu? O êxodo aconteceu de fato? Josué travou a batalha de Jericó? Quando e
onde foram as Sagradas Escrituras escritas? Identificar fatos dos tempos do
Velho Testamento é especialmente problemático, pois nenhum escrito dos tempos
do rei Salomão ou anterior resistiram ao tempo. Os antigos israelitas,
diferente dos seus vizinhos, escreveram a maioria dos seus escritos em papirus,
invés de placas de barro, além do mais, o assunto é complexo porque Judeus e cristãos
conservadores não aceitam ouvir certos argumentos que podem contrariar a
tradição.
Por outro lado os ateus não veem a
hora de provar que suas histórias são todas contos de fada. Mesmo para os
moderados a Bíblia influencia tanto a cultura ocidental que faz muita diferença
se suas narrativas são fundamentadas na verdade ou não. Poucos duvidam que os personagens
da última parte do Velho Testamento e a maioria do Novo Testamento –
Nabucodonosor, Isaías, Jesus, Pedro, Paulo – tenham de fato existido, mas nem
todos creem totalmente nas histórias em que eles estão envolvidos. Algumas
cruciais descobertas sugerem que alguns dos mais antigos registros da Bíblia
estão também embasados em fatos e pessoas reais. Em
1990 os pesquisadores
da Harvard University trabalhando na antiga cidade de Askelon,
norte do estreito de Gaza, desenterraram um pequeno bezerro de bronze prateado
que seria uma cópia do grande bezerro de ouro mencionado no livro de Êxodo. No
que pode ser a mais importante das descobertas, um grupo de pesquisadores
descobriram uma inscrição datada do ano 900 a.C., no antigo monte de Tel Dan,
no norte de Israel em 1993.
Palavras encravadas numa placa de
basalto fazem referência a casa de Davi e ao Rei de Israel. É a primeira vez
que o nome deste monarca é encontrado fora da Bíblia e prova que ele foi mais
do que uma lenda. Mas muitos ainda resistem e dizem que muitos personagens e
eventos são provavelmente fictícios. A maioria suspeita que Abraão, Isaque e
Jacó, patriarcas da tradição judaica, nunca existiram. Muitos duvidam da escravidão no Egito e do
êxodo e não são muitos os que acreditam na conquista de Jericó e o resto da
terra prometida por Josué. Há grandes controvérsias de ambos os lados, porém
sobre algumas coisas quase todos concordam:
a versão bíblica da história de Israel depois do reino de Salomão, por exemplo,
é baseada em fatos históricos que são ratificados por registros independentes
dos assírios e egípcios que se referem a reis e batalhas daqueles tempos.
Anterior a isso, aproximadamente 930 a.
C., os historiadores discordam praticamente em tudo.
Os maximalistas, que consideram a Bíblia um guia legítimo para a
pesquisa arqueológica, de um lado; de outro, os minimalistas ou céticos
bíblicos, que acreditam que a Bíblia é um documento religioso e desta forma não
pode ser tido como registro objetivo. Dizem eles: “o que não pode ser
provado como histórico, não é histórico”, explica Frank Moore Cross, professor emérito de
línguas orientais da Harvard, que é alguém que está no meio desta briga.
Primeiro os maximalistas, depois os minimalistas, têm dominado a arqueologia
bíblica, em um tempo ou outro. O primeiro pesquisador sério foi Edward
Robinson, especialista em cultura oriental do Union Theological Seminary de Nova York. Em 1837 e 1852 ele viajou pela
Palestina e identificou centenas de sítios arqueológicos. Ele encontrou um arco
de sustentação do templo de Jerusalém. As excursões de Robinson começaram uma
onda de exploração que nunca cessou. No final do século IX veio uma resposta
violenta por parte dos críticos alemães, a posição preconceituosa deles é que a Bíblia era essencialmente mito, mas o
pêndulo voltou a oscilar em outra direção em 1920, quando William Foxwell
Albright apareceu em cena. Professor de línguas semíticas na Johns Hopkins
University e filho de um missionário metodista. Ele deu um novo enfoque
as pesquisas. Em vez de assumir que a
Bíblia era totalmente exata ou completamente fictícia, ele tentou confirmar as
histórias do Velho Testamento com evidência arqueológica independente.
Sob a sua influência a arqueologia bíblica finalmente se tornou um
empreendimento científico disciplinado. Embora ele estivesse preparado para
constatar que a Bíblia não fosse precisa em particularidades, ele a considerou
exata até que o contrário fosse provado, assumindo a existência de Abraão,
Isaque e Jacó, por exemplo, e então usou evidência física circunstancial para
deduzir que eles provavelmente viveram por volta do ano 1800 a.C.
Os herdeiros intelectuais de Albright, incluindo os arqueólogos
israelitas Avraham Biram e por último Yigael Yadin, fizeram
declarações iguais. Yigael disse em 1984, anos antes de sua morte: “O Velho Testamento pra mim é um guia e a
história autêntica do meu povo’’. A Bíblia diz que Salomão fortificou as
cidades de Hazor, Gezer e Megido durante o seu reinado, Yadin encontrou
no fim dos anos 50 um portal nas ruínas
da antiga cidade de Hazor e o datou ao tempo de Salomão 1000 a.C.
Quando encontrou um portal semelhante em Gezer, fez o mesmo. Em Megido
ele encontrou o terceiro portal, concluiu então que Salomão havia de fato
fortificado estas cidades. Assim como os crédulos têm que aceitar certas
evidências que contradizem suas deduções, da mesma forma os céticos. Há uma máxima
em arqueologia: “A ausência de evidência, não é evidência de ausência”,
isto é, a falta de provas não prova que algo não tenha existido. Entre as
descobertas que fortalecem certas afirmações bíblicas, eis o resumo de algumas
das mais importantes:
- Em 1979 o arqueólogo Gabriel Barkay encontrou dois rolos de folhas de prata dentro de uma tumba de Jerusalém. Estas folhas foram datadas a 600 a.C., logo após a destruição do templo de Salomão e o exílio na Babilônia. Quando os cientistas cuidadosamente desenrolaram os rolos no museu de Israel, eles acharam uma passagem do livro de Números gravado na sua superfície. A descoberta tornou claro que partes do Velho Testamento já estavam sendo copiadas, muito antes do tempo em que os céticos criam que estas passagens até mesmo foram escritas.
- Em 1986 arqueólogos revelaram que vários pedaços de barro, em formas arredondadas, com marcas em relevo, uma espécie de selo, os quais foram trazidos por comerciantes árabes, tinham sido usados para marcar documentos. Nahman Avigad da Hebrew University de Jerusalém, identificou as marcas como sendo o selo de Baruque, filho de Neria, um escriba que registrou as profecias de Jeremias. Outro selo era de Yerameel, neto do rei Jeoaquim, de novo confirmando a existência de mais dois personagens do V.T.
- Em 1990 Frank Yurco, um egiptólogo do History of Nature Museum de Chicago, usou pistas hieroglíficas de um monolítico conhecido registro de Merneptah para identificar figuras em relevo de uma parede em Luxor que representam os antigos israelitas. Nesta inscrição, datada de 1207 aC., celebra uma vitória militar do faraó Merneptah. Lê-se: “Israel foi desolada.” Isto sugere que Israel já era uma nação distinta há 3000 aC.
- Em 1993 Avraham Biran da Hebrew Union University e do Jewish Institute of Religion e Joseph Navea da Hebrew University, anunciaram que encontraram uma inscrição com as frases: “casa de Davi e rei de Israel”. O registro datado de 900 a.C., um século antes do reinado de Davi, descrevendo a vitória de um rei vizinho sobre os israelitas. Agora não há como dizer que este famoso personagem bíblico não existiu.
- Em 1994 o estudioso francês André Lemaire escreveu um artigo na revista Biblical Arqueology. O assunto foi a pedra de Mesha (também conhecida como a pedra moabita), a mais extensa inscrição já recuperada da antiga Palestina. Achada em 1868 nas ruínas de Dibon e hoje acha-se exposta no Museu de Louvre, onde Lemaire passou 7 anos estudando-a. Sua conclusão: a frase “casa de Davi” aparece lá também. Como o fragmento de Tel Dan, o qual vem de um inimigo de Israel se gloriando de uma vitória, no caso, é o rei Mesha de Moabe, outro personagem bíblico.
CONCLUSÃO
Para
cristãos e judeus comuns é impossível manter imparcialidade quando o assunto
trata-se de potes de barro e pedras com
inscrições primitivas encontradas na Terra Santa. Milhões de pessoas
cresceram ouvindo as histórias bíblicas e até mesmo aqueles que nunca colocaram
o pé numa igreja ou sinagoga, tem grande interesse em saber o que é ou o que não é ficção na Bíblia e havendo
comprovação científica que certos fatos e personagens existiram, muito mais fascinante se torna o
livro que tanto tem influenciado o mundo. Disse o doutor Harvard Cross: “Sugerir
que algumas coisas na Bíblia não são históricas não é tão importante, mas
perder toda a história que ela nos conta é perder toda a nossa tradição”. Portanto, a arqueologia está revelando que muitas das
histórias da bíblias, são de fato...história real.
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