sexta-feira, 14 de julho de 2017

Curso de Teologia - ENIGMAS DA BÍBLIA - LIÇÃO 11



LIÇÃO 11


A ARQUEOLOGIA E A BÍBLIA
                                 
         Alguns dos mais conhecidos eventos e personagens bíblicos – os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, o rei Davi, Moisés e a fuga israelita da escravidão no Egito, a conquista da terra prometida sob Josué e certas passagens obscuras estão sendo vistas sob uma nova luz graças a uma avalanche de recentes descobertas. Os arqueólogos estão sempre buscando novas evidências que possam resolver perguntas não respondidas como: Moisés  realmente existiu? O êxodo aconteceu de fato? Josué travou a batalha de Jericó? Quando e onde foram as Sagradas Escrituras escritas? Identificar fatos dos tempos do Velho Testamento é especialmente problemático, pois nenhum escrito dos tempos do rei Salomão ou anterior resistiram ao tempo. Os antigos israelitas, diferente dos seus vizinhos, escreveram a maioria dos seus escritos em papirus, invés de placas de barro, além do mais, o assunto  é complexo porque Judeus e cristãos conservadores não aceitam ouvir certos argumentos que podem contrariar a tradição.

          Por outro lado os ateus não veem a hora de provar que suas histórias são todas contos de fada. Mesmo para os moderados a Bíblia influencia tanto a cultura ocidental que faz muita diferença se suas narrativas são fundamentadas na verdade ou não. Poucos duvidam que os personagens da última parte do Velho Testamento e a maioria do Novo Testamento – Nabucodonosor, Isaías, Jesus, Pedro, Paulo – tenham de fato existido, mas nem todos creem totalmente nas histórias em que eles estão envolvidos. Algumas cruciais descobertas sugerem que alguns dos mais antigos registros da Bíblia estão também embasados em fatos e pessoas reais.  Em  1990  os  pesquisadores  da Harvard University trabalhando na antiga cidade de Askelon, norte do estreito de Gaza, desenterraram um pequeno bezerro de bronze prateado que seria uma cópia do grande bezerro de ouro mencionado no livro de Êxodo. No que pode ser a mais importante das descobertas, um grupo de pesquisadores descobriram uma inscrição datada do ano 900 a.C., no antigo monte de Tel Dan, no norte de Israel em 1993.

         Palavras  encravadas numa placa de basalto fazem referência a casa de Davi e ao Rei de Israel. É a primeira vez que o nome deste monarca é encontrado fora da Bíblia e prova que ele foi mais do que uma lenda. Mas muitos ainda resistem e dizem que muitos personagens e eventos são provavelmente fictícios. A maioria suspeita que Abraão, Isaque e Jacó, patriarcas da tradição judaica, nunca existiram.  Muitos duvidam da escravidão no Egito e do êxodo e não são muitos os que acreditam na conquista de Jericó e o resto da terra prometida por Josué. Há grandes controvérsias de ambos os lados, porém sobre algumas coisas quase todos  concordam: a versão bíblica da história de Israel depois do reino de Salomão, por exemplo, é baseada em fatos históricos que são ratificados por registros independentes dos assírios e egípcios que se referem a reis e batalhas daqueles tempos. Anterior a isso, aproximadamente 930  a. C., os historiadores discordam praticamente em tudo.

        Os maximalistas, que consideram a Bíblia um guia legítimo para a pesquisa arqueológica, de um lado; de outro, os minimalistas ou céticos bíblicos, que acreditam que a Bíblia é um documento religioso e desta forma não pode ser tido como registro objetivo. Dizem eles: “o que não pode ser provado como histórico, não é histórico”, explica  Frank Moore Cross, professor emérito de línguas orientais da Harvard, que é alguém que está no meio desta briga. Primeiro os maximalistas, depois os minimalistas, têm dominado a arqueologia bíblica, em um tempo ou outro. O primeiro pesquisador sério foi Edward Robinson, especialista em cultura oriental do Union Theological Seminary  de Nova York. Em 1837 e 1852 ele viajou pela Palestina e identificou centenas de sítios arqueológicos. Ele encontrou um arco de sustentação do templo de Jerusalém. As excursões de Robinson começaram uma onda de exploração que nunca cessou. No final do século IX veio uma resposta violenta por parte dos críticos alemães, a posição preconceituosa deles  é que a Bíblia era essencialmente mito, mas o pêndulo voltou a oscilar em outra direção em 1920, quando William Foxwell Albright apareceu em cena. Professor de línguas semíticas na Johns Hopkins University e filho de um missionário metodista. Ele deu um novo enfoque as  pesquisas. Em vez de assumir que a Bíblia era totalmente exata ou completamente fictícia, ele tentou confirmar as histórias do Velho Testamento com evidência arqueológica independente.

         Sob a sua influência a arqueologia bíblica finalmente se tornou um empreendimento científico disciplinado. Embora ele estivesse preparado para constatar que a Bíblia não fosse precisa em particularidades, ele a considerou exata até que o contrário fosse provado, assumindo a existência de Abraão, Isaque e Jacó, por exemplo, e então usou evidência física circunstancial para deduzir que eles provavelmente viveram por volta do ano 1800  a.C.   Os herdeiros intelectuais de Albright, incluindo os arqueólogos israelitas Avraham Biram e por último Yigael Yadin, fizeram declarações iguais. Yigael disse em 1984, anos antes de sua morte: “O Velho Testamento pra mim é um guia e a história autêntica do meu povo’’. A Bíblia diz que Salomão fortificou as cidades de Hazor, Gezer e Megido durante o seu reinado, Yadin encontrou no fim dos anos 50 um portal nas ruínas  da antiga cidade de Hazor e o datou ao tempo de Salomão 1000 a.C.

         Quando encontrou um portal semelhante em Gezer, fez o mesmo. Em Megido ele encontrou o terceiro portal, concluiu então que Salomão havia de fato fortificado estas cidades. Assim como os crédulos têm que aceitar certas evidências que contradizem suas deduções, da mesma forma os céticos. Há uma máxima em arqueologia: “A ausência de evidência, não é evidência de ausência”, isto é, a falta de provas não prova que algo não tenha existido. Entre as descobertas que fortalecem certas afirmações bíblicas, eis o resumo de algumas das mais importantes:         

  • Em 1979 o arqueólogo Gabriel Barkay encontrou dois rolos de folhas de prata dentro de uma tumba de Jerusalém. Estas folhas foram datadas a 600 a.C., logo após a destruição do templo de Salomão e o exílio na Babilônia. Quando os cientistas cuidadosamente desenrolaram os rolos no museu de Israel, eles acharam uma passagem do livro de Números gravado na sua superfície. A descoberta tornou claro que partes do Velho Testamento já estavam sendo copiadas, muito antes do tempo em que os céticos criam que estas passagens até mesmo foram escritas.

  • Em 1986 arqueólogos revelaram que vários pedaços de barro, em formas arredondadas, com marcas em relevo, uma espécie de selo, os quais foram trazidos por comerciantes árabes, tinham sido usados para marcar documentos. Nahman Avigad da Hebrew University de Jerusalém, identificou as marcas como sendo o selo de Baruque, filho de Neria, um escriba que registrou as profecias de Jeremias. Outro selo era de Yerameel, neto do rei Jeoaquim, de novo confirmando a existência de mais dois personagens do V.T.

  • Em 1990 Frank Yurco, um egiptólogo do History of Nature  Museum de  Chicago, usou pistas hieroglíficas de um monolítico conhecido registro de Merneptah para identificar figuras em  relevo de uma parede em Luxor que representam os antigos israelitas. Nesta inscrição, datada de 1207 aC., celebra uma vitória militar do faraó  Merneptah. Lê-se: “Israel foi desolada.” Isto sugere que Israel já era uma nação distinta há 3000 aC.

  • Em 1993  Avraham Biran da Hebrew Union University e do Jewish Institute of Religion e Joseph Navea da Hebrew University, anunciaram que encontraram uma inscrição com as frases: “casa de Davi e rei de Israel”. O registro datado de 900 a.C., um século antes do reinado de Davi, descrevendo a vitória de um rei vizinho sobre os israelitas. Agora não há como dizer que este famoso personagem bíblico não existiu.

  • Em 1994 o estudioso francês André Lemaire escreveu um artigo na revista Biblical Arqueology. O assunto foi a pedra de Mesha (também conhecida como a pedra moabita), a mais extensa inscrição já recuperada da antiga Palestina. Achada em 1868 nas ruínas de Dibon e hoje acha-se  exposta no Museu de Louvre, onde Lemaire passou 7 anos estudando-a. Sua conclusão: a frase “casa de Davi” aparece lá também. Como o fragmento de Tel Dan, o qual vem de um inimigo de Israel se gloriando de uma vitória, no caso, é o rei Mesha de Moabe, outro personagem bíblico.


CONCLUSÃO

               Para cristãos e judeus comuns é impossível manter imparcialidade quando o assunto trata-se  de potes de barro e pedras  com  inscrições primitivas encontradas na Terra Santa. Milhões de pessoas cresceram ouvindo as histórias bíblicas e até mesmo aqueles que nunca colocaram o pé numa igreja ou sinagoga, tem grande interesse em saber o que é ou  o que não é ficção na Bíblia e havendo comprovação científica que certos fatos e personagens  existiram, muito mais fascinante se torna o livro que tanto tem influenciado o mundo. Disse o doutor Harvard Cross: “Sugerir que algumas coisas na Bíblia não são históricas não é tão importante, mas perder toda a história que ela nos conta é perder toda a nossa tradição”. Portanto, a arqueologia está revelando que muitas das histórias da bíblias, são de fato...história real.



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